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Carnaval é arte

Festa popular é tema de quatro exposições em cartaz na cidade

Divulgação -
Exposição sobre carnaval no Camarote Rio Exxperience, no Casa Shopping
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É tempo de carnaval nas galerias. Quatro exposições em cartaz na cidade prestam homenagens a grandes carnavalescos, revivem enredos que marcaram história na Sapucaí e exaltam agremiações tradicionais. O Centro de Artes Calouste Gulbenkian vestiu-se de azul e branco para celebrar a comunidade de Nilópolis com a mostra "70 anos - Beija-Flor de sambas, enredos, memórias e comunidade". São cerca de 200 itens para contar a trajetória da agremiação e comemorar suas sete décadas de vida com muito samba no pé. A história da escola da Baixada é contada através de cadernos de enredos, troféus, medalhas, fotos e sambas antigos que nunca foram gravados. As obras resgatam enredos, personagens e pretendem provocar uma reflexão sobre a importância do carnaval não apenas como do ponto de vista estético, mas também por seus aspectos cultural e social. O carnavalesco Joãsinho Trinta cuja trajetória funde-se com a da escola está presente em vários momentos da exposição como na lembrança do revolucionário enredo de 1989 que trazia o Cristo Mendigo que, censurado no Desfile das Campeãs, tornou-se o Cristo Proibido.

Macaque in the trees
Leonardo Bora e Gabriel Haddad recriaram de forma peculiar o universo do artista reverenciado pela escola de Niterói (Foto: George Maragaia/Divulgação)

Já no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, na Praça Tiradentes, são duas exposições com temática do carnaval - "O rei que bordou o mundo: poéticas carnavalescas na Acadêmicos do Cubango" e "Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães". Ambas têm curadoria do pesquisador Leonardo Antan. A primeira faz uma aproximação entre o universo das escolas de samba e a arte, através do enredo dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, que homenageou Bispo do Rosário no carnaval do ano passado. "Os carnavalescos tiveram o mérito de recriar a obra de Bispo do Rosário numa ótica bastante peculiar", diz o curador.

A segunda celebra o legado e trajetória da carnavalesca Rosa Magalhães, a maior campeã da Marquês de Sapucaí e que, este ano, assina o desfile da Portela. "Mais do que carnavalesca, Rosa Magalhães é um dos maiores nomes em atividade da arte brasileira", justifica o curador. "Nossa intenção foi o carnaval de outras obras de arte", conta Antan, que convidou cerca de 30 profissionais, entre carnavalescos e artistas de escolas de samba, além de artistas plásticos.

A exposição, explica Antan, reúne cerca de 100 peças dividida, entre fotosm, croquis e obras de arte, divididas em quatro ambientes. "Num deles, estão a formação artística da Rosa e suas influências como os pais, o Pamplona e o meio acadêmico. Há um outro espaço que destaca o imaginário viajante da artista. Sempore que pode, Rosa insere navios nas alegorias de seus desfiles", ressalta o curador. A diáspora africana e a construção do sentimento de brasilidade completam os ambientes.

Há releituras de seu universo feitas por colegas como Jorge Silveira (São Clemente) e Jack Vasconcelos (Paraíso do Tuiuti) que apresentam trabalhos inéditos na exposição, que também reúne obras dos artistas plásticos Leila Danziguer e Thiago Santana mostrarão, "Balangandãs" e "Refino", respectivamente. Padrinho de Rosa no mundo carnavalesco, Fernando Pamplona tem um desenho de sua autoria na mostra, feito para o enredo do Salgueiro em 1990. Alguns figurinos da Portela para o carnaval deste ano, cujo enrtedo homenageia a sambista Clara Nunes, fazem parte das obras reunidas por Antam.

No Museu de Arte do Rio, a exposição permanente "O Rio do samba: resistência e reinvenção" explora os aspectos sociais, culturais e políticos do mais brasileiro dos ritmos. Os curadores Nei Lopes, Evandro Salles, Clarissa Diniz e Marcelo Campos reuniram cerca de 800 itens para mostrar a história do samba carioca desde o século XIX.

Uma escultura do Cristo Redentor, de oito metros, que já cruzou o Sambódromo em desfile da União da Ilha, foi grafitada pela artista plástica Rafa Mon e está exposição no CasaShopping, na Barra, onde foi montado um misto de galeria de arte e barracão com fantasias da escola, imagens do fotógrafo Léo Cordeiro e cabeças e adereços carnavalescos feitos por alunos do Instituto Europeu de Design (IED).  "Queremos criar uma espécie de onda de positividade para o Rio, abraçando com o Cristo não só a Zona Oeste, mas toda a nossa cidade", explica o produtor Marco Antonio Barizon.


SERVIÇO

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70 ANOS DE BEIJA-FLOR DE SAMBAS,

ENREDOS, MEMÓRIAS E COMUNIDADE

Centro de Artes Calouste Gulbenkian (Rua Benedito Hipólito, 125 - Centro). De segunda a sábado, das 9h às 17h. Até 22/3. Entrada franca

O rei que bordou o mundo / uma delirante celebração carnavalesca: o legado de rosa magalhães

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (Rua Luís de Camões, 68 - Praça Tiradentes). Dede segunda a sábado, das12h às 18h. Até 16/3. Entrada franca.

O Rio do Samba: resistência e reinvenção

Museu de Arte do Rio (Praça Mauá, 5 - Centro).

Terça a domingo, das 10h às 17h. Às terças-feiras, o MAR é gratuito para todos. Ingressos: R$ 10 (grátis às terças).

Camarote Rio Exxperinece

CasaShopping (Av. Ayrton Senna, 2150/Pavimento 0/Bloco N/loja F - Barra). Diariamente, das 13h às 20h. Até 9/3. Entrada franca.