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Em passagem pelo Rio com o projeto 'Emoções', o cantor Roberto Carlos inova vestindo rosa

Rogério Alves/Divulgação -
Roberto Carlos ao final da entrevista coletiva, momento em que as fãs aproveitaram para chegar perto do ídolo
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Toda vez que aporta no Rio, o transatlântico que sedia o projeto "Emoções" abre um de seus teatros para jornalistas de todo o país participarem de uma entrevista com Roberto Carlos. Só que o evento sempre vira um "extra" do show do Rei, que acontece no mesmo espaço à noite. O da 15ª edição aconteceu domingo e teve até apresentação de Eri Johnson, que também é atração no cruzeiro, puxando um coro com o público de "Como é grande o meu amor por você". Se os passageiros não podem fazer perguntas, interagem aplaudindo, gritando "lindo", "maravilhoso" e mostrando cartazes.

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Roberto Carlos ao final da entrevista coletiva, momento em que as fãs aproveitaram para chegar perto do ídolo (Foto: Rogério Alves/Divulgação)

"É surpreendente que o projeto já dure tanto tempo, é algo que tenho muito prazer em fazer. Cerca de 30% dos que estão aqui já vieram em edições anteriores", disse Roberto, referindo-se à parcela presente dos 3.159 passageiros do cruzeiro de cinco dias. Ao entrar no palco, Roberto surpreendeu a todos vestindo uma camisa rosa. "Estou querendo fugir do azul, que virou TOC. E estou de rosa porque me garanto!", brincou para delírio das fãs.

Mas se a referência ao debatido "meninos vestem azul, meninas, rosa" foi encarada com bom humor, outra pergunta com viés político mais controverso causou uma reação exacerbada do público.  Ao perguntar o que ele achava da flexibilização do porte de arma proposta pelo presidente, uma jornalista foi pesadamente vaiada. Roberto comentou que "Vivemos numa guerra, em que um lado está armado e outro, não". E respondeu: "Vou decepcionar alguns de vocês, mas cresci vendo meu pai com uma arma em casa. Ele guardava numa gaveta e eu nunca mexi, era dessa forma que ele protegia nossa casa. Mas é preciso ter critérios rígidos para se ter uma arma", afirmou, sendo ovacionado.

Antes, as pessoas haviam aplaudido intensamente quando ele disse que a gravação de "Como dois e dois" em 1971 não teve razões políticas. "Eu fiquei muito comovido com a situação de Caetano (Veloso) lá fora, no exílio, mas não teve nenhuma conotação política. Aliás, eu adoro Caetano mas, politicamente, temos ideias diferentes".

Ainda comemorando os 60 anos de carreira, Roberto contou que vai se apresentar esse ano pela primeira vez em Londres. "Eu até fiz um show, mas foi no projeto 'Primera fila', gravado no estúdio Abbey Road. Devo cantar em português, espanhol e arriscar algo em inglês", diz ele, contando que decidiu retomar sua carreira no exterior - e que por isso tenta gravar um disco de inéditas há cinco anos. "Quero gravar um em italiano e outro em espanhol em 2020", avisa.

Enquanto isso, o Rei tenta dar prosseguimento à sua cinebiografia, mas confessa que o processo está lento. "O filme está indo.... mas sou muito chato. Quero minha história contada com cuidado e de forma verdadeira", pondera, dizendo que está tendo várias reuniões com o diretor Breno Silveira e a escritora Glória Perez. "Estou animado! Mas para fazer bem feito, leva tempo", justifica. Recentemente, Roberto esteve na pré-estreia carioca de "Minha fama de mau", cinebiografia do parceiro Erasmo Carlos. "Gabriel Leone (ator que o interpretou) mandou muito bem! O filme me emocionou, inclusive chorei em algumas cenas", conta ele sobre a experiência na sala de cinema que, aliás, despertou certo saudosismo. "O último filme que vi no cinema foi 'Titanic'. Já tinha me esquecido como é bom ir ao cinema, fiquei como uma criança, maravilhado. Vou dar um jeito de voltar a frequentar", promete ele, que deve navegar pelas águas do Caribe em breve. Segundo seu empresário Dody Sirena, há negociações para o projeto Emoções passar por Cancún.