Fernando Sanches é um diretor estreante em longa metragem, mas com 20 anos de experiência em curtas e publicidade. Isso é percebido em 'A Pedra da Serpente', sua estreia no circuito com um tema tão incomum ao nosso cinema quanto a ficção científica ligada à ufologia, principalmente em relatos reais que envolvem a cidade de Peruíbe, no litoral paulista.
Não falta ao filme uma certa estranheza necessária ao subgênero, que envolve a atmosfera e provoca no espectador um constante clima de dúvida.
Essa pulga atrás da orelha também é provocada por uma utilização adequada da utilização de luzes e cores no filme, que batem não apenas com a proposta mas também com a narrativa, e acima de tudo com uma direção de atores muito precisa, nivelando a experiência pro alto no elenco encabeçado por Claudia Campolina (e que tem na participação de Gilda Nomacce a experiência necessária em padrão de qualidade). Esses elementos fazem a diferença no quadro final.
Os extremos da produção - tanto a abertura quanto o encerramento - são pontos altos que impressionam diante do todo, mas o fato de ser uma produção de baixíssimo orçamento rodada em uma semana não deveria ser uma questão para a utilização da trilha sonora, por exemplo, que tira o filme do lugar do bizarro para uma ideia mais dramática dos eventos.
Mas também fica o esforço de Sanches em manter sua visão criativa e as características de um cinema que ele quer trazer, que é inexplorado na nossa filmografia.
Membro da ACCRJ
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A PEDRA DA SERPENTE: ** (Regular)
Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom