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Casey Affleck leva o Festival de Berlim à distopia

Odd ANDERSEN / AFP -
Ator Casey Affleck
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Considerado um dos melhores atores americanos de sua geração, coroado com um Oscar por sua atuação em "Manchester à beira-mar" (2016), Ben Affleck foi a celebridade mais famosa de Hollywood a exibir um filme na Berlinale 2019 até agora, mas desfilou uma humildade e uma simpatia, ao promover "Light of my life" que surpreendeu até seus fãs. Ele atua e dirige esta pequena produção exibida aqui fora da briga pelo Urso de Ouro, na seção Panorama. Mas, dado a fama e o prestígio que tem, ele conseguiu chamar a atenção da cidade, focada no polêmico longa francês "Grâce à Dieu", de François Ozon, que recria um caso real de pedofilia na Igreja Católica.

O tema perseguido por Casey parece mais leve, mas não é. Em sua trama, ambientada em um futuro distópico, todas as mulheres estão morrendo em decorrência de uma epidemia misteriosa. Sobre uma menina, Rag, vivida por Anna Pniowsky.

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Ator Casey Affleck (Foto: Odd ANDERSEN / AFP)

"Anna me trouxe a confiança de que eu, diretor estreante, precisava para construir uma metáfora sobre as desatenções nossas sobre o que se passa no mundo à nossa volta. E ainda resolvi embarcar nessa atuando", disse Affleck à Berlim.

Na trama que escreveu e dirigiu, o irmão mais novo do galã Ben Affleck (o atual Batman) vive um pai em luta para proteger Rag da moléstia que faz os códigos do feminino desaparecerem gradualmente da Terra, num futuro apocalíptico.

"Eu não sei julgar se minha história é feminista, mas há uma mulher jovem que se empodera e resiste. Tem um pouco de horror no filme. Tem um quê de filme apocalipse, algo de que sou fã. Mas há uma história sobre família", explica o ator e cineasta, que, em 2010, lançou um documentário sobre as loucuras de seu amigo ator Joaquin Phoenix.

"Fiz muitos filmes, atuando, onde havia coisa demais em cena... cenários enormes... pilhas de figurantes. Acabei dirigindo um filme onde há o mínimo. A força vem do meu elenco".

Neste sábado, a Berlinale confere o documentário pernambucano "Estou me guardando para quando o carnaval chegar", no qual Marcelo Gomes (indicado ao Urso em 2017 com "Joaquim", sobre a saga de Tiradentes) fala de uma cidade do Nordeste, Toritama, famosa pela produção de calças jeans. O .doc entra na mostra Panorama.

A Berlinale segue até 17 de fevereiro.