A Luciana Caravello Arte Contemporânea acaba de inaugurar a primeira exposição do ano. Trata-se de um recorte de seu acervo, com obras recentes e inéditas distribuídas pelos três andares da galeria. Foram selecionados 50 trabalhos em pintura, gravura, escultura e fotografia de autoria de 19 artistas: Alan Fontes, Almandrade, Bruno Miguel, Claudia Jaguaribe, Daniel Escobar, Daniel Lannes, Edgar Racy, Eduardo Kac, Gisele Camargo, Igor Vidor, Ivan Grilo, Jonas Arrabal, Lucas Simões, Marcelo Solá, Marina Camargo, Pedro Varela, Ricardo Villa, Sergio Machado e Zanini de Zanine .

Responsável pela seleção dos trabalhos, Luciana Caravello esclarece que priorizou os trabalhos mais recentes dos artistas ligados ao espaço, sendo que alguns deles estão com individuais previstas ao longo do ano na galeria. Um dos destaques da mostra é a obra “Universos Paralelos (Rio de Janeiro)”, 2018, de Marina Camargo: o desenho do mapa da cidade é colocado em uma caixa de luz parcialmente coberta por uma folha de acrílico com furos que desenham o mapa do céu do Hemisfério Sul no momento em que o trabalho estava sendo executado.

Numa composição inusitada, o pintor Daniel Lannes coloca D. Pedro II no divã de Sigmund Freud, o pai da psicanálise na tela “Complexo de vira-lata”. Em “Florida 266-267 (The World)”, de 2018, o escultor Daniel Escobar monta paisagens com recortes de guias de turismo que saltam aos olhos através de um relevo, numa linguagem que remete aos pop-ups da internet e rompe as os limites do volume impresso. “A obra cria um foco crítico em relação ao próprio sistema de arte e sua sintonização com a circulação de pessoas e produtos pelo mundo”, diz o artista, em alusão à indústria do turismo.

Uma das obras mais recentes em exposição é a tela inédita “Brasas”, que integra a série “Queimadas” do pintor Pedro Varela. Suas imagens de devastação de vegetações são pintadas em acrílico sobre linho. O último trabalho junta-se aos quadros restantes criando um conjunto inquietante sob a ótica do expectador.

O escultor Igor Vidor participa da exposição com uma peça de sua série intitulada “Borda e Alegria”. Nela, o artista cria composições a partir de armações de pipas, vazadas. Torna-se um levantamento sobre o desenvolvimento de padrões geométricos usados pelos artesãos que confeccionam pipas. A contemplação dos trabalhos desta séria extravasam a natureza lúdico da pipa e apresentam a complexidade de construção dos padrões geométricos desses objetos.

Em “Que valor tenho eu pra ti?” (2018), Ivan Grilo apresenta uma placa em bronze que dialoga com as peças da série “Escribe una carta de amor”, que recentemente passou da coleção do Pérez Art Museum Miami.