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Após 30 anos como produtor, Didu Nogueira lança o 1º CD

Divulgação -
Didu Nogueira
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Quem circula pela cena de samba e choro do Rio conhece Didu Nogueira. Filho da cantora Gisa Nogueira e sobrinho de João Nogueira, este carioca boa-praça atua desde os 16 anos nos bastidores da música. Eram os tempos do Clube do Samba, quando fazia de tudo para o tio, de ajudante e vendedor de discos, até aventurar-se na produção. Com o samba em seu DNA, não era de se estranhar que pudesse se destacar no estilo, o que pode ser conferido hoje, a partir das 19h30, no Teatro Rival, no show de lançamento de seu CD de estreia, “Identidade”.

Macaque in the trees
Didu Nogueira (Foto: Divulgação)

Se um dia Noel Rosa nos ensinou que “batuque é um privilégio / ninguém aprende samba no colégio”, Didu seguiu os conselhos do poeta da Vila à risca. Além do Clube do Samba, estava sempre nas rodas no apartamento do jornalista Sérgio Cabral, em Copacabana, que reunia a nata do samba e também na casa de Lygia Santos, filha de Donga. “Lygia é minha mãe neste universo maravilhoso”, conta.

“Nunca tive a pretensão de cantar e sempre gostei muito de minha atuação nos bastidores”, conta Didu, hoje com 56 anos, mas que quase lançou o primeiro álbum em 1986, quando chegou a mostrar uma demo à gravadora Copacabana. “Participava de um grupo amador. A gente tocava por aí e, quando surgiu essa oportunidade, pensei em gravar um álbum de MPB. Consegui canções da Fátima Guedes, do Geraldo Azevedo”, lembra.

Com direção de Paulo Cesar Feital e produção de Claudia Gonzaga, “Identidade” tem 16 canções, 11 inéditas. O repertório foi garimpado por Didu, que recebeu cerca de 50 composições. “O critério inicial que adotei foi não repetir trabalhos de um mesmo compositor. Se você se apaixona por um canção, case com ela logo”, aconselha o cantor, que escalou, além da mãe e do tio, compositores como Fátima Guedes, Nelson Angelo, Toninho Geraes, Chico Alves, Paulo Cesar Feital, Marcelo Menezes, Paulo César Pinheiro, Arsenio da Cuíca, Amaral Maquinista, Afonso Machado, Nei Lopes, Mauro Duarte, Wilson Moreira e Jorge Simas, entre outros. O próprio Didu assina “Santíssima trindade”, faixa de abertura em que homenageia Donga, Pixinguinha e João da Baiana.

Para viabilizar o álbum, Didu recorreu ao financiamento coletivo. A quantia foi arrecadada em três meses. “A ideia de usar essa plataforma foi do Marcelo Menezes, que produziu o primeiro trabalho dele assim, mas, se não conseguíssemos o valor total no prazo, eu teria que devolver tudo o que havia sido arrecadado. Era tudo ou nada”, lembra.

O álbum conta com as participações especiais de Hélio Delmiro (violões), Marinho Boffa (piano) e Moacyr Neves (bateria). E hoje, no palco, Didu será acompanhado pela banda base que gravou o CD, formada por Jorge Simas (violão 7 cordas), Alceu Maia (cavaquinho), Afonso Machado (bandolim), Dirceu Leite (sopros), Felippe Donguinha, Marco Basílio e Marcelo Pizzott (percussão).

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