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Escalando o humanismo: confira crítica do filme "Homem-Aranha no Aranhaverso"

Divulgação -
O garoto Miles assume o manto do Aranha
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Laureado com um merecidíssimo Globo de Ouro de melhor animação no domingo, “Homem-Aranha no Aranhaverso”, produção de US$ 90 milhões que já soma US$ 270 milhões na venda de ingressos no exterior, impressiona por sua experimentação formal na fusão de técnicas, da computação gráfica ao desenho em 2D. É, talvez, o mais ambicioso experimento da indústria animada nos EUA, tanto na engenharia narrativa quanto na dramaturgia. Aliás, o resultado na telona flui melhor do que nas HQs, valorizando, com revelo tocante, o jovem negro com poderes quase iguais (com algumas melhoras) aos de Peter Parker: o adolescente Miles Morales. A construção dramática do rapaz – filho de um policial afrodescendente e de uma enfermeira hispânica - é um feito à altura do “Pantera Negra” quando se pensa na representação da negritude.

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O garoto Miles assume o manto do Aranha (Foto: Divulgação)

Morales é a medida de humanismo desta aventura sobre diferentes planos de realidade que se fundem a partir de seres dotados com a força aracnídea. Inclua entre eles um porco falante, tipo Gaguinho. Ele é um dos indícios do empenho da trinca de diretores Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman em criar um filme-tributo à história da animação, com alusões à série de TV do Aranha nos anos 1960. Essas referências e o explícito réquiem para o pai espiritual da Marvel, Stan Lee, salpicam afeto em uma trama centrada na luta dos Aranhas para debelar um plano do vilão Rei do Crime, enquanto Morales amadurece, como herói e gente. É uma mistura de “Dope” com “Clube dos Cinco”, sobretudo na genial cena pós-crédito.

COTAÇÃO

* * * * (MUITO BOM)

*Roteirista e crítico de cinema


Tags:

cinema | crítica | filme