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Crítica - A Nossa Espera : Nossas batalhas universais

Divulgação -
Duris comove como pai batalhador, que é abandonado pela mulher e lida com problemas na fábrica
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O tema paternidade volta a ser explorado pelo diretor Guillaume Senez. No primeiro longa, “9 Meses”, um garoto de 15 anos sonhava ser goleiro, mas engravida a namorada e tem que assumir a responsabilidade. Agora, “A Nossa Espera” explora a situação de um homem com dois filhos que tem que criá-los sozinho e ainda trabalhar numa fábrica. Romain Duris interpreta Olivier, o pai simples que é abandonado pela mulher e está diante de pressões na luta pelos direitos dos trabalhadores numa França bem distante da sofisticação.

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Duris comove como pai batalhador, que é abandonado pela mulher e lida com problemas na fábrica (Foto: Divulgação)

Quando Laura, a esposa, vai embora para destino ignorado, Olivier precisa ajustar a vida e apoiar os filhos. A direção trabalha com o contexto realista de uma temática universal, respeitando os sentimentos, mas sem excessos. Duris contribui imensamente com a construção de um homem prestes a transbordar de dor.

Apesar da conduta condenável da mulher ao abandonar a família, o filme não se dedica a julgar. O foco é observar o sentimento de culpa que envolve o casal. O filho tem queimaduras no corpo e isso pode ter ocorrido num acidente doméstico. Além disso, Olivier trabalha numa linha de produção desumanizada e sofre por não conseguir condições mais justas para os funcionários.

Nesse caldeirão de culpa e opressão, o operário transforma dor em causa e a metamorfose pode ser libertadora.

*Membro da ACCRJ

*** - Bom