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Obituário: Isolda, 61 anos, compositora de Outra vez

Reprodução do Facebook -
Isolda nos bastidores de um show de Roberto Carlos, o seu maior intérprete
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Autora de um dos maiores sucessos da carreira de Roberto Carlos, “Outra vez”, que ele lançou em seu álbum de 1978 e apresentou em coro com a plateia de seu show no último fim de semana, no Maracanãzinho, Isolda Bourdot morreu na madrugada de ontem em sua casa, na Vila Mariana, em São Paulo, aos 61 anos, de um infarto.

Foi em 1973 que, através de Eduardo Araújo, teve a primeira música gravada por Roberto, “Amigos, amigos”, dela e do irmão Milton Carlos. Conhecida como “A compositora do rei”, assinou outras canções que ele incluiu no repertório de seus discos (“Jogo de damas”, “Elas por elas”, “Um jeito estúpido de te amar” e “Pelo avesso”) até consagrar seu nome de vez na voz de Roberto com “Outra vez”.

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Isolda nos bastidores de um show de Roberto Carlos, o seu maior intérprete (Foto: Reprodução do Facebook)

Outros artistas gravaram suas músicas, como Wando, Os Incríveis, Antônio Marcos, Nilton César, Nalva Aguiar e Silvinha, Ângela Maria e Agnaldo Rayol, além do irmão, e tinha parcerias com outras pessoas, como Fhernanda Fernandes, com quem fez “Deja vu”, “Gosto de hortelã” e “Definitivamente”

“Outra vez” foi composta no mesmo ano da morte do irmão e parceiro, em um acidente de carro em 1977. “Foi numa madrugada, uma música desprovida de qualquer ambição futura, uma confidência sincera: ‘Outra vez’. Gravei numa fita entre outras e entreguei para Roberto Carlos. ‘Outra vez’ é uma canção que nunca mais me abandonou. Ela já fez parte de trilhas para novelas, foi gravada pela maioria dos nossos intérpretes, instrumentada ou cantada nas mais diferentes interpretações e arranjos, ganhou muitos prêmios, inclusive o de música do ano e eu sei que sempre vai me acompanhar”, disse Isolda em entrevista. A canção foi regravada por Altemar Dutra, Simone, Emílio Santiago, Pepino di Capri, Nelson Gonçalves, Armando Manzanero, Ray Conniff e sua orquestra, Maria Bethânia, Gal Costa, Sérgio Reis, Tânia Alves, entre outros nomes, e fez parte da trilha sonora do filme “Meu nome não é Johnny”.

Com mais de 400 obras, Isolda lançou o livro “Você também faz músicas”, em 2007, em que fala a aspirantes a autores de sucesso como compor, editar e registrar suas obras, com as manhas que ganhou em 20 anos de trajetória. Teve ainda a oportunidade de lançar pelo selo Toca Disco, o álbum de estreia como intérprete “Tudo exatamente assim”, onde dá sua versão para “Outra vez”.

Divorciada, deixa os filhos Alessandra, Eduardo e Isadora.