ASSINE
search button

Insetos pela casa: Cia. dos Atores celebra 30 anos em sua sede, na Lapa, com peça que concorre a 12 prêmios

Elisa Mendes divulgação -
Marcelo Olinto concorre a melhor ator (Cesgranrio) e figurino (Aplauso Brasil); Cesar Augusto é candidato, com Beli Araújo, a Shell e Aplauso Brasil de melhor cenário
Compartilhar

A chegada à idade balzaquiana é comemorada em casa. Depois de rodar o Brasil, a Cia. dos Atores encerra a temporada da peça “Insetos” em sua sede, na Lapa, marcando o ano em que completa três décadas de atividade, com apresentações que vão de sexta à próxima segunda-feira – seu último dia em cartaz.

Concorrendo a 12 categorias entre cinco dos principais prêmios de teatro do país, “Insetos” mantém a parceria do autor Jô Bilac com a companhia, para a qual já escrevera “Conselho de classe”, em 2013.

A proximidade com o público, dentro do espaço “todo menorzinho” no início da famosa Escadaria do Selarón, é o diferencial dessa montagem comemorativa, como pontua o ator Gustavo Gasparani, que atua ao lado de Cesar Augusto, Marcelo Olinto e Susana Ribeiro.

Com quatro dos cinco atores da companhia no papel de 12 insetos, cada um deles se divide em mais de um papel, com características humanas vertidas para os insetos – um tanto conforme a fama de cada um, outro tanto para além da visão clichê. “A barata, por exemplo, é muito carismática”, afirma Gasparani, que interpreta a cascuda, assim como a borboleta e a mosca varejeira. “Ela é personagem mais popular, que tem uma fala direta com o público”, explica o ator, que ressalta do texto aquilo “que se fala do comportamento do homem, sempre com humor”.

Já o voraz louva-a-deus, encenado por Marcelo Olinto, é mesmo o vilão da peça, que impõe uma nova ordem após um desaparecimento de abelhas e os gafanhotos tentando destruir tudo – como fazem no mundo real, com plantações inteiras. Os comportamentos dos animais, comparados aos de humanos, também são refletidos em besouros, cupins e nas clássicas formiga e cigarra, entre outros.

Como o texto traz uma história só, contínua, cada ator de reveza entre seus personagem de forma explícita, bem na frente do público. “A gente faz tudo em cena, inclusive trocar de roupa”, conta Gasparani. Segundo ele, essa maior proximidade com a plateia foi um dos motivos para encerrarem “Insetos” na sede da Lapa, após passarem por diversos palcos ao longo do ano, em que estrearam em março, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, passando depois pelas demais unidades do CCBB (São Paulo, Brasília e Belo Horizonte) e pelos festivais de Curitiba, de São José dos Campos (SP) e do Palco Giratório do Sesc de Porto Alegre.

Macaque in the trees
Marcelo Olinto concorre a melhor ator (Cesgranrio) e figurino (Aplauso Brasil); Cesar Augusto é candidato, com Beli Araújo, a Shell e Aplauso Brasil de melhor cenário (Foto: Elisa Mendes divulgação)

“Com a gente ensaiando todas as nossas peças lá e o público menor, de até 60 pessoas, e mais junto, fica tudo íntimo”, avalia Gasparani, lembrando que a companhia passou com a peça por “espaços amplos, como o CCBB de Brasília [que tem 327 lugares]. Quisemos terminar a festa na nossa casa”. Ele destaca ainda o “trabalho ininterrupto da Cia. dos Atores, que chega a 2018 com cinco de seus oito integrantes históricos. Enrique Diaz e Drica Moraes deixaram o grupo, enquanto Bel Garcia morreu, vítima de um câncer no cérebro, em 2015, aos 48 anos. Marcelo Valle é o único ator da formação atual da companhia que não está neste elenco de “Insetos”.

Entre os participantes do elenco, Marcelo Olinto concorre em duas categorias, de premiações diferentes: pelo figurino, que ele também assina – com assistência de Rodrigo Reinoso –, ao Aplauso Brasil, e como candidato a melhor ator, este no Prêmio Cesgranrio.

O cenário, montado em parceria com outro ator – Cesar Augusto, junto a Beli Araújo – concorre ao Aplauso Brasil e também ao Prêmio Shell. Nesses mesmos dois prêmios, também está concorrendo o diretor Rodrigo Portella, que ainda contou com a assistência de João Gofman e adaptou o texto de Jô Bilac, junto com os atores.

No Aplauso Brasil, “Insetos” ainda concorre aos prêmios de melhor dramaturgia, para Jô Bilac; e de melhor espetáculo de grupo, para a própria Cia. dos Atores – também candidata à melhor companhia pelo Prêmio Cenym. Já Andrea Jabor concorre aos prêmios Cenym e Cesgranrio por melhor preparação corporal, na qual teve a assistência de Rodrigo Maia.

Maneco Quinderé assina a iluminação de “Insetos”, que ainda teve a direção musical de Marcelo H e o visagismo composto por Marcio Mello.

Serviço

INSETOS Sede da Cia. dos Atores. R. Manoel Carneiro, 12 (Escadaria do Selarón) - Lapa. Tel.: 2137-1271. De sexta a segunda-feira, sempre às 20h. Até 10/12. Duração: 80 minutos. Entrada: R$ 50/ R$ 25/ R$ 20 (lista amiga). Capacidade: 60 lugares. Ingressos vendidos somente no local, a partir das 19h de cada dia de apresentação.