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Cinema - Em questão: Robin Hood: A Origem

Confira críticas divergentes sobre o filme

Divulgação -
Taron Egerton encarna o arqueiro de Sherwood, nesta versão, um nobre inglês bon vivant que vai lutar nas Cruzadas e vive momentos de ação intensa
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Para Rodrigo Fonseca: À moda ‘Game of Thrones’ 

Errol Leslie Thomson Flynn (1909-1959) soltou flechas que cravaram no coração da cinefilia, em 1938, transformando o arqueiro de Sherwood, Robin de Loxley (egresso do folclore anglo-saxônico do século 13), em uma propriedade da indústria do audiovisual. Mas cada tempo dá ao anti-herói que assalta a “mais valia” dos ricos para saciar a fome dos pobre um banho de loja diferente. O visual flamboyant, de peninha na cabeça, de Flynn não cabe nesta era de mil patrulhas ideológicas. Aliás, esse visual já não cabia nos anos 1990, no auge da era ecológica do politicamente correto, quando Kevin Costner fez dele um paladino à moda MTV, em “O príncipe dos ladrões” (1991), um filme memorável de Kevin Reynolds. Ridley Scott tentou repaginá-lo, em 2010, fazendo dele um Spartacus, mas carregou demais no chuchu. Agora, Otto Bathurst torrou US$ 100 milhões numa releitura à la “Game of Thrones”, adaptada com as transformações sociais do Brexit ao retratar as moléstias financeiras do Reino Unido. Com ótimas cenas de ação, Bathurst abre o longa com uma memorável sequência tipo jogo de tiro (“Doom”) nas Cruzadas e faz uma aventura com viradas contínuas e evolução moral de seu protagonista, apoiado no carisma ilimitado de Taron Egerton. Só Ben Mendelsohn brilha mais do que ele, numa afetadíssima recriação do xerife de Nottingham. Tem clichê demais na montagem, mas o ritmo feérico da edição abafa o lugar comum. 

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Robin Hood: A Origem: *** (Bom)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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Macaque in the trees
Taron Egerton encarna o arqueiro de Sherwood, nesta versão, um nobre inglês bon vivant que vai lutar nas Cruzadas e vive momentos de ação intensa (Foto: Divulgação)

Para Rudney Flores: Genérico e entediante

A lenda do arqueiro que rouba dos pobres para dar aos ricos sempre acaba voltando às telas de cinema. A adaptação desta década é “Robin Hood – A origem”, que tenta dar uma nova versão à história clássica, apresentando o protagonista como um nobre inglês bon vivant obrigado a lutar contra sua vontade nas Cruzadas.

Ao voltar pra casa, ferido em batalha, Robin de Loxley perde suas posses e a amada Marian. Em pouco tempo, com a ajuda do mouro Little John, estará enfrentando o temido xerife de Nottingham e sua opressão ao povo local, apesar de parecer estar interessado mesmo em reconquistar Marian.

O diretor Otto Bathurst entrega mais uma produção genérica e modernosa, quase um colagem de sequências surrupiadas de filmes de ação recentes como os trabalhos de ritmo acelerado de Guy Ritchie, a saga “Jogos vorazes” e até “Matrix”.

O elenco liderado por Taron Egerton e Jamie Foxx faz o que pode para salvar o filme, mas o roteiro raso, com vários furos, mal desenvolve os personagens. Tudo acontece muito rápido e parte-se logo para as diversas cenas da ação, com o objetivo claro de agradar a audiência que perde facilmente a atenção sem grandes movimentos na tela. Mas toda essa pressa acaba gerando uma produção tediosa, que não traz nada de original.

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Robin Hood: A Origem: * (Ruim)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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