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Choro reúne gerações em trio: Revelação do trompete se junta a veteranos do piano e violão em show autoral

Reprodução -
Cristóvão Bastos e Mauricio Carrilho
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Tocando juntos há cinco anos, entre trabalhos paralelos, Cristóvão Bastos (piano), Mauricio Carrilho (violão) e Aquiles Moraes (trompete) apresentam repertório autoral amanhã e sexta-feira, na Casa do Choro, o jovem Aquiles, 28, divide o palco com os veteranos Cristóvão, 72, e Mauricio, 61.

Natural de Cordeiro, cidade do Centro-Norte Fluminense, a 190 km da capital, Aquiles iniciou seus estudos musicais em 1998, aos oito anos, na Sociedade Musical Fraternidade Cordeirense, centenária banda local. Três anos depois, fundou Os Matutos, grupo de choro que, em nove anos, chegou a tocar com músicos de peso como Chico Buarque e Maria Bethânia, além de Mauricio Carrilho e da cavaquinista Luciana Rabello, partindo para a EPM (Escola Portátil de Música), da qual eles são professores.

Macaque in the trees
Cristóvão Bastos e Mauricio Carrilho (Foto: Reprodução)

“Eu já fazia shows com Mauricio e, aí um dia, convidei ele para tocar com a gente e funcionou perfeitamente, como se fosse um veterano. Esse garoto é excepcionalmente musical”, elogia Cristóvão Bastos, que divide com Aquiles a maior parte dos solos da música.

“O violão faz mais a base e a maior parte dos solos é dividida entre trompete e piano, mas tem solos de piano em que o trompete faz também um contracampo e, em uns casos, até um naipezinho, como se fossem todos instrumentos de metais”, explica o pianista, que, nas composições, divide o trabalho com o violonista.

“Nesse tempo, o repertório mudou um pouco; esse show de agora, por exemplo, é todo autoral, baseado em 14 composições minhas com o Mauricio. A maior parte, pelo menos umas sete, a gente fez no ano passado, mas tem algumas mais antigas. ‘Mercado central’, por exemplo, tem um pouco mais de dez anos e ganhou esse nome porque eu fiz a primeira parte; e ele fez a segunda e me mostrou em Belo Horizonte, quando estávamos no Mercado Central de lá, depois de um show. Comendo jiló com isca de fígado”, brinca.

Macaque in the trees
Aquiles Moraes (Foto: Divulgação)

Instrumentais, as músicas são batizadas por situações curiosas. “Tem, por exemplo, ‘Se ela não quiser’, porque ele se esqueceu e fez a primeira parte igual à de ‘Se ela quiser’, que a gente já tinha feito. Aí, fiz outra primeira parte”, descreve o pianista, que se diverte com a “quebração” dos compassos complexos compostos com o violonista, fora do 2/4 mais habitual do choro. “‘Polca do jequitibá’ é em compasso de 5/8. ‘Sereno sem flor, então, é em um mais absurdo, de 11/8 – uma de mistura 6/8 com 5/8”, enumera o músico, que ainda não gravou com o trio – ainda sem nome. “A gente ainda não gravou nada, talvez alguma coisa desses shows fique como registro, até porque o auditório tem uma acústica boa. Quanto a nome, taí uma boa ideia… Esta de botar um nome nesse trio”.

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SERVIÇO

AQUILES MORAES, CRISTOVÃO BASTOS E MAURICIO CARRILHO CASA DO CHORO. Rua da Carioca, 38, Centro. Tel.: 2242-9947. Amanhã e sexta-feira, às 19h , no Auditório Radamés Gnatalli. Entrada: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia), a partir das 17h30 na bilheteria ou pelo site www.ticketplanet.com.br. Capacidade: 120 espectadores.

Divulgação - Aquiles Moraes