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Egberto Gismonti dará acesso gratuito à sua obra

Tiago Calazans/Divulgação -
Em mais uma participação no Mimo Festival, Egberto Gismonti se apresenta hoje na Igreja da Sé, de Olinda
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Um dos artistas brasileiros mais solicitados para apresentações em todo o mundo, o multi-instrumentista Egberto Gismonti realiza concertos em cerca de 40 países por ano - só este ano foram duas turnês na Europa. Do alto de uma carreira de mais de 50 anos e 70 álbuns gravados, o músico está debruçado num novo e generoso projeto. Há três anos, ele trabalha num projeto de um endereço digital, pelo qual o público terá acesso a informações completas sobre sua obra. “Estou fazendo de tudo para que os discos, as partituras, arranjos e fotografias sejam baixados gratuitamente”, anuncia.

Ao explicar a decisão, Gismonti revela uma enorme gratidão em relação aos seus apreciadores. “Não se trata de ser bonzinho. Estou agradecendo as pessoas que patrocinaram a minha vida profissional inteira. Disco com mais de 40 anos e que continua vendendo não é normal. Eu não quero mais ganhar dinheiro com isso. Não é preciso”, afirma.

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Em mais uma participação no Mimo Festival, Egberto Gismonti se apresenta hoje na Igreja da Sé, de Olinda (Foto: Tiago Calazans/Divulgação)

Gismonti é a principal atração da série de concertos programados para hoje no Mimo Festival, que está sendo realizado neste fim de semana na cidade histórica de Olinda. Esta é sua décima terceira participação no evento que chega à 15ª edição, desta vez liderando um quarteto formado por Grazie Wirtti (voz), Rafael Martini (acordeon), Felipe Jose (violoncelo) e ele ao piano e violão.

Essa formação teve início no ano passado. “São jovens na casa dos 30 anos e, quando os vi tocando, a vontade de trabalhar junto foi grande. Os ‘cabras’ tocam para danado e estudam muito. O que gosto nessa garotada é que, se você precisar que o cara fique de cabeça para baixo com o pé tocando um bumbo, ele dá um jeito de conseguir”, brinca.

“Depois da apresentação no Mimo, podemos gravar um disco”, antecipa Egberto, que nos últimos anos trocou os estúdios por álbuns gravados ao vivo e sem cortes, uma tarefa bem mais desafiante mesmo para um virtuose.