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Hinds e Mercês lembram som semiacústico de bandas e combinados dos anos 1970

Reprodução -
Hinds e Mercês na capa do LP gravado em 1972 pelo Terço, antes da formação clássica; entre eles, o então baterista da banda, Vinícius Cantuária
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Quem ouve os discos gravados por O Terço nos anos 1970 logo nota, ao lado de rocks e instrumentais progressivas, variedade considerável de canções levadas com violões em roda e violas caipiras. É esse lado mais folk, embalado por composições próprias e de parceiros quase univitelinos, que integrantes da antiga banda levam ao palco no show semiacústico “Dois terços de rock rural”, no Teatro Rival.

Variando entre os formatos mezzo caipira, com violas, e “rock-rock”, à base de power trio, Sérgio Hinds e Cezar de Mercês tocam hoje músicas que gravaram juntos (ou não) com O Terço e de Sá, Rodrix & Guarabyra, com os quais firmaram colaboração direta.

“A gente resolveu puxar mais para o rock rural, porque o show é exatamente baseado no trabalho que a gente fez mais acústico no Terço, misturado com Sá, Rodrix & Guarabyra”, explica o guitarrista Sérgio Hinds, único músico a integrar todas as formações do Terço, desde 1968 – quando começou como baixista.

“No final de 1973 [já com algumas mudanças de formação], fomos juntos morar em São Paulo para ir trabalhar no estúdio do Rogério Duprat, Vice-Versa”,. Lembra Hinds, referindo à banda e ao trio recém-reduzido à dupla Sá & Guarabyra, com a saída de Zé Rodrix.

Na mesma época, Mercês também deixou O Terço, que gravou como banda de apoio no primeiro disco em dupla de Sá & Guarabyra, “Nunca” (1974), iniciando sua formação que considerada a clássica, com Hinds, Flávio Venturini (voz e teclados), Sérgio Magrão (baixo/voz) e Luiz Moreno (bateria/voz). Ela gravou os álbuns “Criaturas da noite” (gravado em 1974, lançado em 1975) e “Casa encantada” (1976), cheios de canções do set list de hoje – inclusive de Mercês, que, mesmo fora do grupo, contribuía com diversas composições, inclusive seu maior sucesso, “Hey, amigo”.

“Queimada”, “Jogo das pedras” e “Foi quando eu vi aquela lua passar” – as três em parceria com Venturini – também estão no repertório de hoje, assim como “Gente do interior”, de “Mudança de tempo”, disco de 1978 que então marcou a volta de Mercês ao Terço – mais recentemente, ele participou, na viola e nos vocais, de parte do show em que a banda gravou em blu-ray em 3D lançado em 2013, om a formação de “Criaturas” e “Casa”, mais o baterista Fred Barley – substituindo Luiz Moreno, que morrera em 2002.

Nos “Dois terços de rock rural” de hoje, Silvio Charles é quem faz percussão e bateria. “Eu toco guitarra e viola de 12 cordas. O Cezinha, conforme a música, toca viola, baixo, flauta e gaita”, adianta Hinds.

O seu list ainda combina canções de Sá, Rodrix & Guarabyra (“Hoje ainda é dia de rock”, “A primeira canção da estrada”), só de Zé Rodrix (“Mestre Jonas”), só de Sá & Guarabyra (“Pássaro”, gravada pelo Terço e “Sobradinho”), de Sá com Venturini – a faixa-título de “Casa Encantada” – e “Romaria”, de RenatoTeixeira.

“Essas parcerias vêm desde o Festival de Juiz de Fora, que a gente ganhou com ‘Velhas Histórias’, do Guarabyra e do Renato Corrêa e, depois, foi 2º lugar com ‘Espaço Branco’, do Vermelho e do Flávio [Venturini], que depois viria a tocar conosco”, lembra Hinds.

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SERVIÇO

SÉRGIO HINDS E CEZAR DE MERCÊS

TEATRO RIVAL. Rua Álvaro Alvim, 33/37, Cinelândia. Tel.: 2240-9796. Hoje, às 19h30. Entrada: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia) / R$ 35 (cem primeiros pagantes). Bilheteria a partir das 13h. Venda antecipada online pelo site Eventim. Capacidade: 350 espectadores.