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Solidão urbana num melodrama de histórias cruzadas

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A Voz do Silêncio  (Brasil/2018, 75 min.) Dir. André Ristum. Com Marieta Severo, Ricardo Merkin, Arlindo Lopes

André Ristum passou seus verdes anos na Itália, admirando grandes diretores como Luchino Visconti e Bernardo Bertolucci (de quem foi assistente em Beleza Roubada, de 1995). Não admira que seja atraído pelo melodrama, mesmo que não seja o tradicional, do norte-americano Douglas Sirk.

O novo filme do diretor, que estreia nesta quinta, 22, é o mais belo que ele fez. É pouco elogio para as muitas virtudes de A Voz do Silêncio. Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Ristum contou que o filme nasceu da observação de pessoas. Histórias reais - de vizinhos, pessoas que ele observava na rua, no restaurante, na espera do cinema.

Destinos cruzados, a solidão na cidade grande. A mãe que rejeitou o filho gay, o filho que se isola no trabalho, a corretora de imóveis que não consegue vender nada, seu pai radialista que está morrendo, o sushiman que quer ser advogado, a aspirante a cantora obrigada a dançar num cabaré de segunda para sobreviver, etc. O nome de Marieta Severo puxa o elenco. Há um eclipse. O plano-sequência do desfecho, que junta todas as tramas, é brilhante. Estética e humanamente,