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Cláudio Nucci e Zé Renato pedalam sucessos hoje no Rival

Divulgação -
Zé Renato e Cláudio Nucci fundaram o Boca Livre no final dos anos 1970
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Quem aprende a andar de bicicleta nunca mais esquece. Que o digam os cantores e músicos Cláudio Nucci e Zé Renato. Desde os bancos escolares do Colégio Rio de Janeiro, onde os dois estudaram na década de 1970, até os festivais estudantis e participação nas bandas Cantares e Semente, que desaguaram no Boca Livre e na banda Zil. A dupla sobe hoje, às 19h30, o palco do Teatro Rival Petrobras com o espetáculo “Liberdade e movimento” - um passeio por seus repertórios autorais com direito, é claro, aos clássicos do quarteto vocal que os tornou famosos.

Um das curiosidades do show é um presente que Zé recebeu de Cláudio há dois anos, por ocasião de seu aniversário de 60 anos: uma letra para “Bicicleta”, tema instrumental de Zé Renato, gravado pelo Boca Livre em seu segundo álbum, de 1981. “Nos últimos anos, alguns compositores haviam apresentado umas letras que acabaram não me empolgavam. Até que o Cláudio veio com um esboço. Eu o ajudei a finalizar, mas o trabalho é dele”, conta Zé Renato.

“Céu aberto chão/ Verde mar/ Na retina/ Vida a passar/ Vento contra/ Vento a favor/ Seja como for/ Vou te encontrar”, são alguns dos versos que embarcaram na garupa do envolvente tema que já fazia os fãs cantarolarem nos shows do Boca Livres mesmo sem qualquer letra. Registrado em estúdio ao lado dos amigos Mú Carvalho (órgão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Costa (vassourinha), o single acaba de ser lançado nas plataformas digitais.

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Zé Renato e Cláudio Nucci fundaram o Boca Livre no final dos anos 1970 (Foto: Divulgação)

Donos de vozes marcantes na música brasileira, com timbres facilmente reconhecidos pelo público de tão singulares, os dois amigos ainda formariam um duo que resultou no álbum “Pelo sim, pelo não”, de 1985, e na participação da Zil, entre 1987 e 88. Era uma super banda que, além dos dois cantores, reuniu instrumentistas da primeira grandeza como Ricardo Silveira (guitarra), Marcos Ariel (teclados), Zé Nogueira (sax), Jurim Moreira (percussão) e João Batista (baixo) mas que, infelizmente, só deixou o álbum “Zil”, de 1988. A lacuna será preenchida até o fim do ano com um lançamento de um CD e DVD gravados ao vivo em Juiz de Fora, em 2016, com direção de Fernando Jung. “O DVD foi filmando em preto e branco. Ficou com uma atmosfera bem legal, meio enfumaçada, tipo um clube de jazz”, compara.

Em “Liberdade e movimento”, os dois artistas resgatam o repertório do álbum de 1985 (“Pelo sim, pelo não” e “A hora e a vez”) e “Matança” (Augusto Jatobé), recorrente no repertório de Xangai, e alguns sucessos do Boca Livre “Ânima”, “Toada” e “Quem tem a viola”, mas desta vez em duas vozes. “Na formação em duo, não existe a mesma preocupação com os arranjos vocais como acontece no Boca Livre. Nossas vozes atuam em regiões parecidas, apesar de suas nuances. Vale mais o entrosamento de duas vozes que se habituaram a cantar juntas”, reforça Zé Renato.

O espetáculo estreou semana passada em Belém, mas apenas com Zé Renato e Cláudio Nucci nas vozes e violões. Hoje, eles serão acompanhados pelos músicos Antônio Guerra (teclados e acordeão), Rômulo Gomes (baixo) e Antônio Neves (bateria).

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SERVIÇO

“LIBERDADE E MOVIMENTO” - Show com Zé Renato e Claudio Nucci. Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 - Tel: 2240-9796). Hoje, às 19h30. R$ 60, R$ 40 (cem primeiros pagantes) e R$ 30.