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Esperado retrato de Van Gogh, por Julian Schnabel, é exibido no Festival do Rio

Divulgação -
William Dafoe simula Vang Gogh no ato de pintar em "No portal da eternidade"
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É dia de Van Gogh no Festival do Rio: enfim os cinéfilos brasileiros vão conferir a interpretação em estado de graça que deu a Willem Dafoe o troféu Copa Volpi de melhor ator em Veneza, onde “No portal da eternidade” fez sua estreia mundial. Na maratona carioca, a chegada deste esperado ensaio cinebiográfico sobre um gênio da pintura no auge da fúria criativa vai se dar via Niterói, no Reserva Cultural, às 21h de hoje. Quem assina a direção é o artista plástico e cineasta bissexto Julian Schnabel, diretor de “O escafandro e a borboleta” (2007).

Fã declarado de Glauber Rocha e amigo de Hector Babenco, Schnabel disputou o Leão de Ouro veneziano com este experimento psicanalítico que estetiza o delírio. Correm boatos de que o realizador criou a narrativa com Dafoe inspirado na dramaturgia dos quadros mais ilustres do mestre da pintura, driblando as convenções das biografias.

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William Dafoe simula Vang Gogh no ato de pintar em "No portal da eternidade" (Foto: Divulgação)

“Depois que você vê uma obra como a de Glauber Rocha, por exemplo, fica difícil se conformar com um cinema careta, de causa e efeito ou de viradas de roteiro. Se eu decido encarar um personagem, preciso devassar sua psiquê, viver suas idiossincrasias e traduzi-las em planos que desafiam a norma”, disse Schnabel em recente entrevista ao JORNAL DO BRASIL.

Dafoe, que filmou “Miral” (2010) com o cineasta, conversou com o JB em fevereiro, quando “At eternity’s gate” (título original do longa sobre Van Gogh) estava sendo finalizado, em paralelo a uma homenagem ao ator no Festival de Berlim. Na ocasião, recebeu um Urso de Ouro honorário. Estima-se que ele concorrerá ao Oscar deste ano pelo trabalho com Schnabel.

“Não sou galã, nem um vilão padrão, o que me levou a apostar num cinema autoral, sobretudo o mais radical. Isso leva muita gente a me escalar para interpretar artistas de temperamento marcado pela loucura ou pela fúria, como foi Pier Paolo Pasolini, a quem interpretei sob a direção de Abel Ferrara. O mesmo vale, agora, para Van Gogh”, disse Dafoe na Berlinale. “Essas viagens me abrem um terreno de descoberta sobre quem sou e sobre o que a arte me permite fazer”.

*Roteirista e crítico de cinema

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SESSÕES

Hoje, às 21h, Reserva Cultural

Amanhã, às 13h45, Kinoplex São Luiz