Em 1987, um acordo nuclear assinado entre Estados Unidos e União Soviética encerrou a Guerra Fria que, por décadas, colocou o mundo em suspense. O cinema refletiu o medo de um conflito atômico em todos os gêneros, mas foi na ação que heróis e vilões foram forjados com mais impacto e contradições. Agora, “Fúria em alto mar”, de Donovan Marsh, revive o espírito de “Caçada ao outubro vermelho” (1990), “Maré vermelha” (1995) e “K-19: The Widowmaker” (2002): o ambiente claustrofóbico de um submarino é o principal cenário para o risco de uma tragédia nuclear. O longa adiciona elementos dos filmes de resgate, como a série “Rambo”, com uma equipe de militares “programados para matar”.
Adequada ao nosso tempo de reafirmação dos valores democráticos e do diálogo, a trama envolve a tensão entre Estados Unidos e Russia, com submarinos nucleares altamente sofisticados sob ataque, e um golpe de Estado que faz o presidente russo prisioneiro de seus próprios generais. Cabe ao capitao americano Joe Glass (Gerard Butler) tentar resgatá-lo, com apoio de um grupo de elite.
Os primeiros 15 minutos são cansativos com muita explicação sobre o que originou o conflito. O ritmo melhora muito quando começa uma relação de identificação entre o capitão russo Andropov (o já falecido Michael Nykvist) e o capitão Glass, acima da rivalidade de seus países. Outro destaque é a participação de Toby Stephens como o comandante da tropa de resgate, emulando os heróis de ação dos anos 80. Um pouco mais de inspiração do diretor poderia transformar o filme em algo memorável. Ele desperdiça o grande Gary Oldman num papel sem brilho.
*Membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro
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FÚRIA EM ALTO MAR: ** (Regular)
Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom