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Tempo Festival vai deste fim de semana até o próximo com peças, performances e outras atividades cênicas, em teatros e na Praia de Copacabana

Divulgação -
Gilberto Gawronski, por trás do miniesqueleto de Mastodonte vive "A ira de Narciso"
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Somando peças, performances, conferências e residências artísticas, um dos principais festivais de artes cênicas do Rio vai deste fim de semana ao próximo, com programação que se espraia das areias de Copacabana às ruínas do Teatro Villa-Lobos, passando por diversos teatros e centro culturais da cidade.

De caráter internacional, o Tempo Festival faz uma ponte com os vizinhos da América Hispânica e com a Europa – especialmente, a França –, em um intercâmbio reunindo artistas de relevância do Brasil e do exterior.

É o que acontece em “A ira de Narciso”, que combina dois destaques do festival, hoje e amanhã, às 20h, no teatro do Oi Futuro no Flamengo (Rua Dois de Dezembro, 63; Tel.: 3131-3060, com entrada a R$ 30).

Indicado ao Prêmio Shell de melhor ator pela atuação nesta peça, Gilberto Gawronski estrela o monólogo escrito pelo franco-uruguaio Sergio Blanco. O público começa como ouvinte de uma palestra sobre violência e literatura e, na medida em que o espetáculo avança, a conferência segue para além do tema em si e apresenta a vivência de Blanco, no palco interpretado por Gawronski – que disputa com Matheus Nachtergaele (por “Moliére”) o Shell a ser decidido no início de 2019.

Com mais dois monólogos no programa do Tempo Festival, o próprio Sergio Blanco vem de Paris para atuar em uma delas, “As flores do mal – a celebração da violência”, na próxima terça, às 20h, no Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160; Tel.: 2548-1088, também a R$ 30). Trata-se de outro texto em que o autor e ator se debruça sobre o mesmo tema de livros e agressividade.

O ciclo de Blanco no Tempo se encerra com “Kassandra”, em que a atriz Ella Becerra “desmistifica o mito” da personagem grega que antevê as tragédias.

“O Sergio Blanco é um dos dramaturgos contemporâneos mais inovadores”, elogia Márcia Dias, curadora do Tempo Festival sobre o autor teatral, de 46 anos, nascido em Montevidéu e radicado em Paris.

A conexão francesa ainda cruza o Atlântico na performance que fica até o próximo domingo na Avenida Atlântica, em frente à Princesa Isabel. “A praia e o tempo” une as instalação do arquiteto carioca Pedro Varella com a intervenção da coreógrafa francesa Julie Desprairie.

Primeira instalação em espaço externo de Varella, ela foi designada para o marco zero do Tempo Festival, na Praia de Copacabana. Trata-se de uma grande estrutura quadrilátera de 30 por 30 metros e 50 centímetros de altura, que demarcará a área de trabalho.

Reposicionadas, em seus movimentos, areia e água farão surgir uma nova paisagem topográfica na estrutura, que se transformará gradualmente ao longo do festival, no qual serve de plataforma para a intervenção da coreógrafa francesa Julie Desprairies. Ela apresenta uma performance que criou para interagir especialmente com a obra, até o dia 28, que encerra o festival – sábados e domingos às 16h; de segunda a sexta-feira, às 19h.

Pertinho dali, antes do Túnel Novo, a companhia mexicana Vaca 35 encerra o Tempo Festival às 17h do domingo (28), nas ruínas do Teatro Villa-Lobos, com “Lo único que necesita una gran actriz és una gran obra y las ganas de triunfar” (“A única coisa de que necessita uma grande atriz é uma grande obra é uma grande obra e a vontade de vencer”). De nome longo, a peça inspirada em Jean Genet tem 50 minutos e é ambientada em 1933, a partir de um crime cometido na cidade francesa de Le Mans.

Com exibição também às 21h de sexta (26) e sábado (27), a peça mexicana teve seu local escolhido especialmente para marcar a ausência do teatro, vinculado à Secretaria Estadual de Cultura e fechado desde abril de 2011, quando sofreu um incêndio. “É uma forma que encontramos de dar luz ao teatro, da mesma forma que buscamos fazê-lo dialogar com a cidade”, resume Márcia, que assina a curadoria com Bia Junqueira e Cesar Augusto. A entrada é gratuita, com senhas distribuídas uma hora antes, para 50 espectadores.

O festival ainda reúne eventos gratuitos que vão da “Cavemusic”, experiência sonora da artista plástica alemã Daniela Bershan – hoje, das 23h às 7h, no Parque Lage (Rua Jardim Botânico, 414; Tel.: 3081-0092) à residência artística da diretora, cineasta, roteirista e filósofa polonesa Anna Karasiska, com improvisação e tarefas coreográficas, às 20h da quarta-feira (24), na Sede das Cias., na Escadaria Selarón (Rua Manuel Carneiro, 12 - Lapa).

Já na sexta (26) e no sábado (27), das 19h às 23h, a R$ 30, café e varanda do Oi Futuro recriam o ambiente do Studio Cabaret Voltaire, inspirado na casa homônima de Zurique, na Suíça, berço do Dadaísmo nos anos 1920.

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SERVIÇO

TEMPO FESTIVAL

Até o dia 28, em diversos locais. Programação completa no site http://tempofestival.com.br/programacao.