Com cerca de cem filmes de 26 países, o maior festival de cinema infantil do Brasil abre hoje a sua programação no Rio e em Niterói, com dois fins de semana recheados de filmes voltados para as crianças, em salas da rede Cinemark. A temporada carioca do 16º Fici (Festival Internacional de Cinema Infantil) ocorre paralela à de Aracaju, após passar por São Paulo – em seguida, vai para Salvador.
Fundadora do Fici, em 2003, a atriz e diretora Carla Camurati destaca o festival por sua diversidade – de técnicas, estilos, faixas etárias e abordagens. “Em 2002, quando estava grávida do meu filho Antonio, fui à Suécia, homenageada em um festival de cinema brasileiro, em Estocolmo e lá estava passando, em paralelo, um festival infantil. Acabei assistindo, me encantei com esse mundo de possibilidades nos filmes voltados para as crianças e, ao voltar para o Brasil, fiquei pensando em por que não tínhamos algo assim aqui. Resolvi encarar e fazer”, lembra Camurati, que divide a direção do festival com Carla Esmeralda.
A diversidade se reflete na programação, de sucessos comerciais como “O touro Ferdinando”, em versão 3D, e “Os incríveis 2”, a opções alternativas, como sessões de curtas suíços e a série dinamarquesa pré-escolar “Kiwi e Strit”.
Em pré-estreia, o brasileiro “Tito e os pássaros” está entre os principais títulos desta edição do Fici, ao lado do alemão “Meu amigo é uma girafa” e o finlandês “Superhamster”, que terão sessões com dublagem ao vivo.
Outros destaques são o chinês “Aventuras dos brinquedos” e “A raposa má”, animação francesa vencedora do prêmio César de melhor longa de animação deste ano.
Em edições anteriores, o Fici exibiu concorrentes ao Oscar como “O segredo de Kells” (Bélgica/França/Irlanda) e o irlandês “Canção do oceano” – indicado ao prêmios de melhor animação em 2010 e 2015, respectivamente, e o brasileiro “O ano em que meus pais saíram de férias”, de Cao Hamburger, postulante a melhor filme estrangeiro, em 2008, com Paulo Autran e Caio Blat no elenco. “A maioria dos filmes é de animação, mas também há longas com atores”, frisa Camurati, ressaltando a abertura de interesse também para os pais e a divisão por faixa de idade. “Assim como havia na Europa, dividimos a programação por classificação etária”. É o caso de “Um ano”, que fala sobre pais exilados durante a ditadura militar, interessando também a adultos, mas podendo ser muito pesado para crianças mais novas. “Na Europa, eles já faziam essa divisão, que tivemos cuidado de adotar também”, conta a diretora.
Hoje e na próxima sexta-feira, dia 26, os alunos de escolas públicas têm entrada gratuita no projeto social “A tela na sala de aula”, no qual o Fici espera reunir 35 mil espectadores – quase metade do público completo do festival, previsto para 75 mil pessoas. “Muitas delas nunca foram ao cinema na vida”, ressalta a produção do festival.
O Fici ainda tem três sessões especiais com debates. Os inéditos “Aquela canção”, “Eu sou William” e “Circo Sikkie – O mistério místico”, dedicados ao público a partir dos 12 anos, estão na “Mostra Novos Jovens”, com os filmes seguidos de debate com a coordenadoria pedagógica do festival e convidados. As outras duas são dedicadas a profissões específicas: “O pequeno jornalista” e “O pequeno cientista”, no caso. “Aventuras do brinquedos” e “Fixies: Amigos secretos” – que trata do tema nanotecnologia – terão, respectivamente, um jornalista e um cientista.
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SERVIÇO
FICI 2018 CINEMARK. Downtown (Av. das Américas, 500 - Barra; Tel.: 3883-8903), Botafogo (Praia de Botafogo, 400;Tel.: 3883-8904), Carioca Shopping (Av. Vicente de Carvalho, 909, Vila da Penha; Tel.: 3883-8905) e Niterói (Rua Quinze de Novembro, 8 - Centro; Tel.: 2621-9400). De hoje ao dia 29 – sexta, sábado e domingo. Programação completa em https://www.fici.com.br/programacao-1.