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Adrenalina em doses trágicas: confira a crítica de 'A justiceira'

Divulgação -
Jennifer Garner encarna Riley, uma viúva obcecada por se vingar dos homens que mataram sua marido e filha
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Sintonizada às discussões sobre igualdade de gêneros e empoderamento feminino, a caça dos executivos de Hollywood por heroínas capazes de libertar o cinema de ação de ranços sexistas encontra em “Peppermint” (título original desta produção de US$ 25 milhões) uma de suas mais sólidas e complexa personagens. Há aqui uma série de inverossimilhanças de roteiro, em especial no processo de treinamento de combate de sua protagonista, mal explicado e nada convincente. Apesar delas, o novo longa-metragem do artesão francês Pierre Morel (realizador do fenômeno “Busca implacável) arranca de Jennifer Garner um tônus trágico que nutre de inquietação ética (e de poesia) seu debate sobre justiçamento fora dos códigos da lei.

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Jennifer Garner encarna Riley, uma viúva obcecada por se vingar dos homens que mataram sua marido e filha (Foto: Divulgação)

A experiência de Jennifer na série de espionagem “Alias”, entre 2001 e 2006, garante à atriz texana o distanciamento necessário para fazer da viúva Riley North uma figura atormentada pela necessidade de devolver a ordem (e a segurança) a um mundo corrupto. Idealizado para abrir uma franquia, “A justiceira” – que faturou US$ 41 milhões no exterior – se apoia na precisão cirúrgica com que Morel filma perseguições para narrar a vingança de Riley contra os homens que mataram seu marido e a filha. As frenéticas sequências de combate injetam litros de adrenalina a um thriller sobre os limites da tolerância em tempos de ódio. A fotografia de colorido saturado, assinada por David Lanzenberg, torna o realismo do longa mais sombrio.

*Roteirista e crítico de cinema 

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A JUSTICEIRA: *** (Bom)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom