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Tratado machista: confira crítica de 'Estás me matando Susana'

Divulgação -
Foge, Susana: esse Gael García Bernal é uma furada!
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Quando um filme está completamente errado, ideologicamente há como encontrar motivos para elogiá-lo? O que ressaltar de positivo quando as entrelinhas de uma obra depõem contra ela? O filme de Roberto Sneider se encaixa nessa vertente de deixar mãos atadas. “Me ajuda a te ajudar, Roberto!”, e a ajuda não vem. O filme parte de um personagem machista, que se revela cada vez mais machista, até intoxicar de machismo o próprio filme. Eligio é como um carrapato com a esposa Susana, mas a trai em qualquer oportunidade. Infantil, mimado, egoísta, uma pessoa difícil de gostar... o que Susana faz? Sai fora. Sem entender que a fila andou, sai do México até o Canadá em busca da pobre coitada. Pra que? Pra encher mais o seu saco e voltar a traí-la. Mas é lógico que ele a ama...

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Foge, Susana: esse Gael García Bernal é uma furada! (Foto: Divulgação)

O carisma de Gael García Bernal é o único elemento positivo dessa comédia romântica aborrecida e muito antiquada, que além de tudo não funciona como entretenimento escapista. À bela Veronica Echegui, cabe ficar indecisa entre dois homens muito errados, Eligio e um polonês que não pronuncia uma palavra o filme todo. Fica difícil defender Susana, que não se livra de sua horrível situação e ainda parece gostar, estereotipando até um fim uma personagem muito ruim.

Quando pensamos que tudo de pior já aconteceu moralmente, os últimos 15 minutos do filme são inacreditáveis, ao ponto de tentar transformar o sujeito em um pobre coitado mocinho. É, Sneider... você abusou do limite de diminuir a mulher. Em 2018? Não dá mais pra achar graça desse tipo de “fofura”.

*Membro da ACCRJ

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ESTÁS ME MATANDO SUSANA: ° (Péssimo)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom