Um espetáculo que começa numa sala da Rua da Quitanda e segue pela rua até chegar na Igreja da Candelária, no Centro. Esta é a proposta de “Amazona”, resultado de um processo de sete meses de trabalho com quase 20 artistas colaboradores que estreia hoje, às 19h.
A terceira criação do Teatro de Caminho que, depois de “Casa vazia” - espetáculo de 24 horas de duração que acontecia em casas da cidade - e “Eu vou aparecer bem no meio do seu sonho” - que acontecia nas ruínas de uma biblioteca abandonada -, segue investigando itinerância e site-specific, fala de uma noite explosiva, onde mulheres tentam fazer a vingança da terra sobre a cidade. “É uma trilogia sobre espaço e itinerância. Começamos trabalhando com o espaço íntimo da casa e depois passamos para o espaço público porém fechado de uma biblioteca. Agora chegou a hora de nos aventurarmos pela cidade”, explica o autor e diretor Ricardo Cabral.
Há alguns meses, ele e um grupo de atores se reuniram para encontrar uma forma de responder propositivamente - e não reativamente - ao atual estado das coisas. E decidiram viver “aventuras estranhas” através de intervenções pela cidade. “Eu reguei o concreto (mas não os canteiros) da Praça Mauá e do Largo da Carioca; Nina Harper deu um aulão de subidas em árvores no canteiro central da Presidente Vargas e Rafaela Amodeo cruzou a Rio Branco, costurando os lixos que encontrava no chão à própria roupa”, enumera Ricardo. Foi a partir das conversas, imagens e ações que resultaram dessas aventuras que “Amazona” foi construída. “Das histórias que ouvimos, chegamos à história dessas mulheres que abrem mato sobre o asfalto esperando o dia em que a natureza vai tomar de volta a cidade”, conta.
----------
SERVIÇO
AMAZONA - Texto e direção de Ricardo Cabral. Com Anna Clara Carvalho, Camila Costa, Chris Igreja, Marcéli Torquato e Victor Seixas. Rua da Quitanda, 194 - Centro; Tel.: 99106-2335). Qua. a sex., às 19h. Colaboração consciente. Até 30/11.