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Impressões de luz: Companhia italiana lança tecnologia na dança em Night garden, hoje e amanhã no Municipal

Divulgação -
Corpos se movem em meio às projeções de luz no palco
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Como vultos de vagalumes, seis corpos – de quatro bailarinos e dois acrobatas – movem-se sinuosamente, em meio a feixes e spots de luz projetados no escuro do palco, no ritmo de trilha sonora etérea e puxada para eletrônica. As impressões noturnas de um jardim e os impactos de suas fugazes sensações visuais fazem parte da concepção que a companhia italiana Evolution Dance Theatre leva hoje e amanhã ao palco do Theatro Municipal.

Celebrando uma década de atividade, “Night Garden” dá sequência à combinação de dança, tecnologia e artes visuais, já desenvolvida em espetáculos como “ElectriCity”, “Black & Light” e “The magic of light”, seguindo a temática da companhia fundada em Ostia, a cerca de 30 km de Roma, pelo coreógrafo americano Anthony Heinl.

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Corpos se movem em meio às projeções de luz no palco (Foto: Divulgação)

Estudante de Química e Física, Heinl levou esse conhecimento ao Boston Conservatory Dance Department, onde se formou. Trabalhando com o Momix durante cinco anos, como bailarino, mudou-se em 2006 para a Itália, colaborando com a No Gravity Dance Theatre. Dois anos depois, abriu a AH! Dance Theater Illusion, que mais tarde se tornaria a Evolution Dance Theatre.

Responsável pela criação de efeitos visuais e adereços, além da coreografia, Heinl elege a ciência e a tecnologia como suas grandes influências, além da música e das artes visuais. “O espetáculo é, antes de tudo, visual, mas eu queria construir algo mais profundo do que um show circense ou de magia. Então, no fundo, a ciência e a tecnologia acabam sendo minhas maiores fontes de inspiração. Há uma impressionante quantidade de imaginação nelas, muitas das ideias da montagem simplesmente demonstram princípios científicos”, afirma.

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Bailarinos e acrobatas formam a companhia Evolution Dance Theatre, fundada há dez anos nos arredores de Roma pelo americano Anthony Heinl, ex-Momix (Foto: Divulgação)

Popularizados pelos videoclipes nos anos 1980 e, com esses recursos, principalmente nos anos 1990, as coreografias combinadas a efeitos visuais tiveram origens mais antigas no imaginário de Heinl, natural de Toledo, no Estado de Ohio. “Cresci nos anos 1970, quando meus irmãos mais velhos me apresentaram Pink Floyd (e a iluminação marcante de seus shows) e filmes de terror. Minha imaginação esteve sempre fora de controle desde então”, recorda o coreógrafo e artista visual, que se utiliza de Joni Mitchell ao duo Darkside na trilha sonora, passando por Radiohead e Massive Attack.

O lighting design geral do cenário foi feito pelos italianos Giovanni Melis e Adriano Pisi, enquanto Heinl assina os efeitos especiais óticos e lasers. Muitos efeitos de luz são acionados ao vivo, por técnicos e pelos próprios bailarinos.

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Coreografia e efeitos são equânimes na ideia da montagem (Foto: Divulgação)

“Assim, conseguimos responder ao que acontece ao vivo no palco e corrigir eventuais erros. O mais importante, porém, é deixar mais musical, de forma a que os bailarinos possam ‘dançar com as luzes’ e deixá-las mais ‘vivas’”, acrescenta.

“Quando trabalhamos uma nova ideia, fica claro que tipo de música combina melhor. Às vezes, a música vem primeiro; às vezes, a coreografia. A ordem dos fatores não importa, contanto que o produto funcione”, resolve Heinl, na matemática ciência.

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SERVIÇO

NIGHT GARDEN

Com a companhia Evolution Dance Theatre

Theatro Municipal (Praça Floriano, s/n - Cinelândia;

Tel: 2332-9191). Hoje e amanhã às 20h. Ingressos entre R$ 20 e R$ 180

Divulgação - Bailarinos e acrobatas formam a companhia Evolution Dance Theatre, fundada há dez anos nos arredores de Roma pelo americano Anthony Heinl, ex-Momix
Divulgação - Coreografia e efeitos são equânimes na ideia da montagem