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O nascimento de uma constelação: confira crítica de 'Nasce uma estrela'

Divulgação -
O mentor (Bradley Cooper) observa a sua pupila (Lady Gaga) nesta nova versão do clássico "A star is born"
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Esta é a quarta versão para a história lançada em 1937 (com Janet Gaynor estrelando o longa de William Wellman), mas nunca seu título foi tão amplo e repleto de possibilidades. A versão 2018 do clássico roteiro mostrando a ascensão e a queda que une um casal de artistas tem sua protagonista Ally simbolizando o título, mas também fala concomitantemente das carreiras de Lady Gaga e Bradley Cooper. Ela, a maior estrela pop a surgir nos últimos dez anos, e ele, também um galã alçado a grande ator no mesmo período, se encontram no projeto estreando respectivamente como atriz de cinema (uma ponta em “Machete mata!” não conta) e diretor.

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O mentor (Bradley Cooper) observa a sua pupila (Lady Gaga) nesta nova versão do clássico "A star is born" (Foto: Divulgação)

Para começo de conversa, acreditem nos superlativos: tanto Gaga nunca foi tão natural nem a imaginaríamos tão potente quanto aqui, quanto Cooper demonstra ser um diretor dos mais delicados, profundo conhecedor das sutilezas de toques e olhares e pequenos sinais, além de um ator maior do que jamais havia sido até então. A química entre ambos é palpável, a torcida é inevitável e seus desempenhos, surpreendentes em suas múltiplas funções.

A fotografia de Matthew Libatique (de “Cisne Negro”) é um capítulo à parte, envolvendo o manancial de carisma que transborda da tela e equilibrando o potencial gigante da produção com sua pirotecnia “on stage” aos carinhos íntimos de um casal que verdadeiramente se ama. Ainda que não atinja o nível de obra-prima da versão de 1958, dirigida por George Cukor e estrelada por Judy Garland, é aqui onde as feridas e a humanidade desses personagens moldados na tragédia finalmente alcançam a crueza que a realidade pede. Jackson Maine e Ally são maiores que eu e você, mas amam, erram, sofrem e choram como todos nós. A direção inspirada de Cooper traz não apenas o melhor de Gaga ou de si mesmo como ator, mas o profundamente mundano das histórias de amor.

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NASCE UMA ESTRELA: *** (Bom)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom