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Dicas do Aquiles: O sax romântico de Zé Canuto

Divulgação -
O sax romântico de Zé Canuto
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Movido pelo amor às músicas de Roberto e Erasmo Carlos, o saxofonista Zé Canuto homenageia o Rei. Para gravar “Dom” (independente), ele escolheu dez músicas de ambos, optando tanto por sucessos quanto por outras canções nem tão populares.

Ao trabalho! Zé Canuto, considerado um grande instrumentista por seus pares, escreveu todos os arranjos e entregou a mixagem ao talentoso Ricardo Feghali, um dos integrantes do Roupa Nova. E ambos brilharam.

A primeira vitória: ouvindo a gravação, Roberto fez o que não costuma fazer quando lhe pedem para gravar um disco só com suas músicas: liberou!

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O sax romântico de Zé Canuto (Foto: Divulgação)

Tão sábia quanto a decisão de Roberto Carlos foi a decisão de Zé Canuto de recriar um repertório cujas gravações, principalmente as do próprio Rei, pareciam definitivas.

Em “Lady Laura”, a intro – cujo vigoroso desenho melódico contrasta com a leveza da melodia – é tocada por guitarra (João Gaspar), baixo (André Neiva), piano, teclados (Ricardo Leão) e batera (Cláudio Infante). Com o sax alto, Zé Canuto inicia uma verdadeira aula de correção respiratória, o que enseja a emissão de notas plenas de sentimento.

A seguir, “Café da manhã”. A bela melodia vem chorosa pelo sax de ZC. Um novo desenho instrumental, a exemplo do anterior, antepara um inédito e inspirado solo do sax.

“Na paz do seu sorriso” tem intro do sax com trompete (Márcio André) e trombone (Reinaldo Seabra). Numa levada esperta, guitarra (Juliano Cortuah) e teclado (Elton Ricardo), mais o teclado programado pelo mesmo Elton Ricardo, abrem uma cortina para Cacala Carvalho e ZC cantarem o refrão.

“Eu preciso de você” tem o teclado de Tutuca Borba, ele que também usou o teclado no arranjo para cordas. Cacala e ZC fazem vocalises junto com elas. Logo a seguir é a vez de o sax chegar junto – ad libtum, ele sola a melodia e conduz ao final.

No bolero “Rotina”, o piano acústico (Cristovão Bastos) soa com o solo do sax. Para fechar, trompete (Márcio André) e sax se ajuntam com batera, baixo (Ney Conceição), violão (João Lira) e piano elétrico (Marcos Nimrichter).

“Amada amante” tem novamente o som de cordas na intro. O sax faz da bela melodia um suave romance, enquanto um desenho enérgico desvenda um sopro admirável. A clarineta (Liandro Góes) improvisa. A intensidade volta a marcar presença. Meu Deus do céu, lindo!

Em “Amante à moda antiga”, piano e batera (com vassourinhas) tocam a intro. Como sempre, a espantosa sonoridade do sax, somada ao som de órgão, nos leva a tempos idos.

“As flores do jardim da nossa casa” tem bela intro. O sax assume a melodia. O som das cordas, mais uma vez, está presente. Uma virada da batera atiça o som romântico da canção, puxando a emoção do ouvinte.

Com piano e vocalises de Elton Ricardo, “Todos estão surdos” é puro pop. O sax é todo brasilidade, apoiado que está por batera, baixo e guitarra (Paulinho Guitarra).

“Dom” é um CD para quem ama as músicas de Roberto e Erasmo, mas que também conquistará os que resistem a reverenciá-los.