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Lady Gaga, a leoa de ouro de Veneza

Divulgação -
Bradley Cooper estreia na direção contracenando com a diva pop Lady Gaga em "Nasce uma estrela", promessa de Veneza para o Oscar
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Encarado pelo mercado exibidor internacional como uma mina de ouro e como uma promessa para o Oscar 2019, “Nasce uma estrela”, estreia do galã Bradley Cooper (de “Se beber, não case”) como diretor, garantiu ao 75º Festival de Veneza, ontem, um verdadeiro espetáculo pop, graças à presença de Lady Gaga à frente de uma love story daquelas de arrancar litros de pranto. Já se sabia que sua inclusão, fora de concurso, no evento, seria uma jogada publicitária precisa para promover sua estreia: 4 de outubro na Europa, 11/10 no Brasil. Porém, ninguém podia esperar que “A star is born” (título original) fosse tão bom: o trabalho de Cooper como cineasta põe muitos concorrentes ao Leão de Ouro no chinelo, e o desempenho da diva, atuando, faz jus ao das estrelas que a antecederam nesta trama. Embora não seja vendido como remake, este drama romântico musical, sobre um cantor autodestrutivo (o próprio Bradley, numa atuação memorável) que ajuda uma aspirante a cantora a explodir no mercado fonográfico, revê uma premissa levada às telas pela primeira vez em 1937.

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Bradley Cooper estreia na direção contracenando com a diva pop Lady Gaga em "Nasce uma estrela", promessa de Veneza para o Oscar (Foto: Divulgação)

Janet Gaynor estrelou o original, que, de tanto sucesso, inspirou mais duas refilmagens: uma de 1954, com Judy Garland, e outra de 1976, com Barbra Streisand. No novo longa, Lady Gaga está à altura delas: “Eu já tive que dizer muito ‘não’ na minha carreira, numa luta profissional que comecei aos 19 anos, para gravar aquilo que eu componho, mesmo tendo a certeza de que eu nunca fui ‘a menina mais bonita da escola’, aquilo que as pessoas esperavam”, disse a cantora em Veneza.

Cantando ao lado de Lady Gaga, a plenos pulmões, Cooper investe ao máximo no realismo ao filmar os shows de seu personagem, Jackson Maine, e as apresentações da cantora vivida por Lady Gaga, Ally. A fotografia de Matthew Libatique potencializa a potência trágica da paixão entre os dois. O destaque vem do monstro sagrado Sam Elliott (da série “The ranch”), que rouba a cena, com sua voz gutural, no papel do irmão mais velho de Bradley.

“Eu levei uns quatro anos de trabalho neste projeto, com a certeza de que o desafio da arte é buscar algo que te imponha desafios”, disse Bradley ao JB. “Filmar com Elliott era um sonho, pois ele é o ator que eu sonho um dia ser. Foi muito bonito ver como as pessoas confiaram em mim e sentir Lady Gaga se soltando em cena, ao cantar. Ela é uma grande atriz”.

Neste sábado, na competição, Veneza vai conferir a releitura que Luca Guadagnino (de “Me chame pelo seu nome”) fez de “Suspiria” (1977), um marco do giallo, filão italiano do terror, dirigido pelo papa do gênero, Dario Argento. Dakota Johnson (de “50 tons de cinza”) é uma dançarina acossada pelo Além neste remake. Também hoje, o Lido recebe o esperadíssimo “Peterloo”, novo longa-metragem do mestre inglês Mike Leigh, laureado com o Leão dourado em 2004 por “Vera Drake”. Agora ele revive um massacre de tônus político que manchou as ruas de Manchester de sangue, em 1819.

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cultura