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Tite: 'O aleatório foi cruel conosco'

Treinador afirma que seleções fizeram partida memorável e que agradou aos amantes do bom futebol

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KAZAN - O técnico Tite entrou na sala de imprensa do estádio do Rubin Kazan diante de uma situação inédita desde que assumiu o comando da seleção brasileira: explicar a primeira derrota num jogo oficial - a outra derrota brasileira fora num amistoso contra a Argentina (1 a 0), em junho de 2016. Visivelmente emocionado, evitou atribuir à falta de sorte o fato de o Brasil ter tido mais posse de bola que o adversário, ter chutado mais a gol criado mais oportunidades e ter perdido o jogo e a chance do hexacampeonato. “Talvez tenha faltado competência em algum momento”, disse na único esboço de autocrítica de toda a coletiva. 

Mesmo reconhecendo o valor da seleção belga, o treinador parecia mais preocupado em louvar o trabalho realizado até agora. “Respeito quem pensa diferente. Mesmo absorvendo, tendo a chance de sair na frente, tomou dois gols e manteve. Continuou criando. Mas o aleatório, o acidental... Ele existe. E hoje ele bateu. Dói falar isso. Não é um desprezo à Bélgica. Uma grande equipe. Mas o aleatório foi cruel conosco. Foi duro demais e duro de engolir’’, desabafou. 

 E dentro do que chama de aleatório, preferiu destacar a atuação do goleiro Courtois - para ele o melhor jogador em campo. “Estava iluminado”, comentou, enfatizando a defesa de mão trocada que o arqueiro belga fez nos descontos em chute de Neymar que poderia levar a partida à prorrogação. ‘’A Bélgica teve três finalizações e foi efetiva. Traduziu em gol suas chances”, acrescentou. 

Na avaliação de Tite, a partida encheu os olhos de quem gosta de bom futebol. “Com toda a dor que estou sentindo, o amargo, a dificuldade de falar agora, quem gosta de futebol teve prazer de ver esse jogo”, afirmou Tite. 

Questionado sobre seu principal jogador, que teve sua atuação mais apagada no Mundial, Tite saiu pela tangente. “Neymar mostrou franca evolução, estava no ápice de suas condições. A gente consegue perceber quando a cabeça pensa e o corpo responde. Voltou acima do que eu imaginava”, argumentou. 

Mesmo diante da proposta de renovação de contrato, confirmada pela CBF, Tite evitou falar do futuro. Agradeceu o elenco, a comissão técnica, disse que o tempo será o melhor juiz de seu trabalho, mas ponderou que este não é o melhor momento para falar do futuro. “Não falo absolutamente nada a respeito de futuro. É um momento de emoção. Talvez pese 30 anos de carreira para conseguir falar agora”, declarou.

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ATUAÇÕES 

5 ALISSON - Não teve culpa nos gols. 

5 FAGNER - Fez partidas razoáveis, mas ficou claro que não tem categoria para ser titular da seleção numa Copa. 

7 THIAGO SILVA- Tecnicamente esteve muito bem, mas ficou muito exposto com a saída de Casemiro. Acertou bola na trave. 

MIRANDA - O capitão da equipe ontem também esteve seguro, ganhando o duelo com o forte e perigoso Lukaku. 

4,5 MARCELO - Voltou e não esteve bem. Participou de algumas jogadas ofensivas, mas não foi nem sombra do jogador que brilha no Real Madrid. 

3,5 FERNANDINHO- Deve ter feito sua última partida pela seleção brasileira. Deixou a defesa exposta, fez um gol contra e errou passes de dois metros. 

4 PAULINHO - O jogador insinuante das eliminatórias não deu as caras na Copa. Apagadíssimo e ainda perdeu uma grande chance. 

RENATO AUGUSTO Entrou muito bem. Fez um gol e perdeu outro logo em seguida.

5 P. COUTINHO - Com exceção do belo passe para Renato Augusto marcar de cabeça não fez mais nada 

4,5 WILLIAM - Acabou sendo uma decepção ontem. 

6,5 FIRMINO Ficou claro que poderia ter começado como titular.

5,5 NEYMAR - Acertou apenas uma boa conclusão, salva por Courtois no fim do jogo. 

2 GABRIEL JESUS - Volta para casa sem ter feito um gol sequer, o que é, no mínimo, constrangedor. 

7 DOUGLAS COSTA entrou e mudou o jogo

TITE Seu time, cujo sistema defensivo era um dos pontos altos, ficou exposto. 

BÉLGICA: De Bruyne, Hazard e Courtois foram os detaques.