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Edu Gaspar evita falar sobre futuro de Tite na seleção e diz que 'não é fácil ser Neymar'

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Um dia depois da eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo, com a derrota por 2 a 1 para a Bélgica, em Kazan, o coordenador da seleção, Edu Gaspar, concedeu entrevista coletiva para falar sobre a campanha do País no torneio. O dirigente fez questão de elogiar o desempenho brasileiro na Rússia e considerou que a torcida ficou orgulhosa da equipe.

"Independente de resultado, temos responsabilidade de passar algo bacana para o povo, o torcedor e a imprensa. Saímos derrotados do jogo, mas ao mesmo tempo vejo o povo brasileiro orgulhoso de nós. Isso é esporte, é assim que temos que conduzir o esporte. Nossa responsabilidade é imensa e tudo que fizemos reflete no torcedor. Esse é o objetivo que sempre citei. Mesmo com a eliminação, tem muita gente orgulhosa da seleção", declarou.

Sobre a permanência de Tite no comando técnico da seleção brasileira, Edu Gaspar desconversou. "Agora é um momento difícil de responder esse tipo de pergunta, de pensar adiante. Ainda estamos juntando nossas dores. Vamos esperar para chegar ao Brasil, conversar e dar o próximo passo", disse.

A tendência é que, mesmo com a queda nas quartas de final, a CBF mantenha Tite no cargo. Sob comando do técnico, o Brasil fez 26 jogos, venceu 20, empatou quatro e perdeu dois. A última derrota, primeira em jogos oficiais, foi justamente a que eliminou a seleção da Copa do Mundo.

Na Rússia, o Brasil estreou com empate com a Suíça, mas evoluiu ao longo do torneio e acumulou vitórias sobre Costa Rica, Sérvia e México, até cair diante da Bélgica. Por mais que tenha exaltado a campanha brasileira, Edu Gaspar, porém, não escondeu a tristeza com a eliminação e foi enfático ao citar uma "dor que sangra".

"Foi um grande jogo, duas equipes propondo, com estratégias diferentes, com qualidade incrível. Tudo muito bom, experiência incrível participar desta partida. Vai deixar algo para nós, como experiência. Essa dor que sentimos não é fácil, é a maior, sem dúvida nenhuma, como atleta ou dirigente. É uma dor que sangra, mas temos que seguir nossos objetivos e nossos caminhos", disse.

O dirigente também garantiu que o planejamento para a Copa América do ano que vem, que acontecerá no Brasil, já começou, mas evitou fazer análises mais aprofundadas sobre o futuro. "Hoje, é humanamente impossível responder uma pergunta friamente, de forma elaborada. Não posso ser tendencioso. Hoje, a gente quer esperar um pouco mais para tomar as melhores decisões."

Edu ainda fez questão de exaltar a participação de Neymar na Copa. O jogador chegou ao torneio sob dúvidas após a lesão sofrida no Paris Saint-Germain, teve altos e baixos ao longo da competição e foi bastante criticado por seu comportamento em campo, principalmente por suas simulações de faltas e agressões.

"A partir do momento em que passei a conviver mais com o Neymar, vi que não é fácil ser ele. É um atleta que merece todo o meu elogio. As pessoas esquecem o tempo que ele ficou parado, o que ele fez para jogar a Copa do Mundo em boas condições. Treinou apenas três semanas sem problema clínico, fez apenas dois amistosos para estrear", apontou.

Ele minimizou as críticas ao jogador por não ter concedido entrevista após a eliminação para a Bélgica. "Se dá um sorriso, é criticado e elogiado. Se chora, é criticado e elogiado. Se não dá entrevista, é criticado e elogiado. Não é fácil ser Neymar, é difícil estar na pele do Neymar em alguns momentos. Tento estar do lado dele da melhor forma possível. Foi o atleta que menos reivindicou alguma coisa. Cumpriu com todas as normas da delegação."

"Chega a dar pena, porque o que esse menino sofre não é brincadeira. Mas o outro lado também é verdadeiro. Eu prefiro ficar com o que tenho do dia a dia do Neymar, que é espetacular. Não estou aqui para defender, mas tenho que elogiar e agradecer por esses momentos na Copa do Mundo", considerou.