ASSINE
search button

'Bombshell': O escândalo da década?

Cotação 3 estrelas

Reprodução -
Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie em O Escândalo
Compartilhar

A faísca do movimento ‘me too’, que luta contra o assédio sexual em locais de trabalho (não só), começou em 2006. Mas só na década passada explodiu. E, nos Estados Unidos, um dos casos mais fortes, certamente, foi o que envolveu acusações contra Roger Ailes, diretor do canal Fox News, que, depois de acusado por uma das apresentadoras da emissora (após ter sido mandada embora por ele), acabou fazendo com que outras funcionárias e apresentadoras tomassem coragem para denunciá-lo.

Macaque in the trees
Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie em O Escândalo (Foto: Reprodução)

Essa história é mais ou menos contada em ‘O escândalo’ (‘Bombshell’), de Jay Roach, que estreia no Brasil esta semana. Mais ou menos, porque o filme não mergulha a fundo no caso, apenas o revela, pelo olhar de duas das mais (então) famosas apresentadoras da rede, as louras Gretchen Carlson (Nicole Kidman) e Megyn Kelly (Charlize Theron); e de uma terceira personagem, fictícia (feita por Margot Robbie), que está lá para representar e fazer as ligações entre funcionárias do segundo escalão, que não foram poucas a se manifestar, depois que a bomba estourou, entre 2013-16.

Ailes (interpretado com grande empenho por John Lithgow) era um daqueles tipos ‘das antigas’: diretores poderosos de TVs, que achavam que, para que as (belas) funcionárias fossem contratadas, ou subissem na carreira, precisavam fazer o famoso ‘teste do sofá’. E, de preferência, apresentar os programas trajando microssaias que deixassem expostas suas belas pernas (o que, aliás, é uma regra até hoje, no canal, nada mudou). Muitas realmente o fizeram. Mas, levadas pelos novos tempos, se arrependeram e resolveram botar a boca no trombone. O que acabou resultando na saída de Ailes do cargo de diretor geral do canal.

Com pouco tempo em cena e muito o que contar, Charlize, Kidman e Robbie defendem bem os seus papéis. E, embora aparentemente seja um assunto por demais americano (a influência e audiência da Fox News por lá é fortíssima, a ponto de ter ajudado na eleição de Trump), é bastante atual. Vai interessar a quem quer que seja. Pena que não temos o ‘dia seguinte’ de Megyn Kelly (excelente apresentadora e entrevistadora), que saiu da Fox News muito bem recompensada, ganhou um programa matinal na NBC (da qual já saiu), e hoje, é uma milionária da mídia.

RUGIDOS:

*A vida de George VI (pai da rainha Elizabeth II) e de seu irmão mais velho, Edward VIII, que renunciou ao trono por amor, já foi retratada em séries e filmes. Outros personagens da família real britânica, no entanto, permanecem quase desconhecidos. Mas a minissérie ‘Windsores’ (domingo, 22h, no Smithsonian Channel), em três episódios, explora a vida íntima de toda uma geração de familiares da rainha Elizabeth, incluindo seus tios menos famosos.

*Ainda em fase de produção e com estreia prevista no canal Curta! em 2020, "Os Paralamas do Sucesso - Os Quatro” é um documentário sobre música e amizade. Dirigido por Roberto Berliner, que vem acompanhando a banda desde o início no Circo Voador, em 1983.

*Entre os dias 23 de janeiro e 2 de fevereiro, acontece nos Estados Unidos a edição 2020 do Festival Internacional de Sundance. Das produções selecionadas, duas serão distribuídas no Brasil pela Diamond Films: “A Assistente” (The Assistant) e “The Nest”. Ainda sem datas para suas estreias aqui.