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Rogéria, 'o travesti da família brasileira'

Divulgação -
Rogéria
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Hoje em dia, quando se fala tanto em diversidade e diferentes representações sexuais, é sempre bom lembrar que existiu uma figura que era considerada ‘o travesti da família brasileira’, isso, em plenos anos 1960/70, época em que o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar. Era assim que Astolfo Barroso Pinto, mais conhecido como Rogéria, costumava se definir. E, era querido por todos: homens, mulheres, crianças e amigas. Uma celebridade, de fato, conhecida em todo o Brasil.

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Rogéria (Foto: Divulgação)

Depois de exibições em eventos como o Mix Brasil e o Festival do Rio de 2018, “Rogéria – Senhor Astolfo Barroso Pinto”, de Pedro Gui, chega aos cinemas do país a partir de 31 de outubro. O documentário traz trechos de entrevistas com colegas de batalha de Rogéria, como Jane di Castro, personalidades como Jô Soares, Rita Cadillac, Aguinaldo Silva e Betty Faria. E com a própria Rogéria – que morreu em setembro de 2017, durante o processo de realização do filme. Mas ainda deixou frases espirituosas e lembranças o bastante.

Além das entrevistas e de cenas de arquivo (e depoimento de seus dois irmãos e uma irmã, que fazem questão de frisar que ele sempre foi forte e não levava desaforo pra casa, desde menino), o documentário traz dramatizações da vida da artista, que é interpretada por quatro atores diferentes. Nascida Astolfo Barroso Pinto, em Cantagalo, no estado do RJ, Rogéria começou maquiando grandes estrelas (ainda na lendária TV Rio), que a incentivaram a lançar-se em uma carreira como atriz e cantora, assumindo uma figura feminina. Foi, neste momento que Astolfo virou, a princípio, Rogério. Até que, depois de um show e uma peruca loura, virou Rogéria.

A já falecida Bibi Ferreira, o trans Nany People e o diretor teatral Aderbal Freire Filho também estão entre as personalidades que dão depoimentos no documentário, que conquistou o prêmio Director Recognition no Los Angeles Brazilian Film Festival, em 2018, e foi o grande vencedor do DIGO (Festival Internacional da Diversidade Sexual de Goiânia), onde recebeu os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção.

Das apresentações no circuito alternativo carioca até chegar ao bas-fond de Paris e voltar consagrado, tornando-se estrela de três musicais do rei da noite Carlos Machado (e, depois, ator em diversos filmes, peças e até na popularíssima novela ‘Tieta do agreste’, como um travesti mesmo), Rogéria foi onde nenhum outro transformista brasileiro jamais esteve, antes ou depois. Um personagem fascinante.

RUGIDOS:

*Estreia no Canal Brasil, dia 25 de outubro, às 22h30, a minissérie nacional ‘Toda forma de amor’, que aborda o universo LGBTQi. A direção é de Bruno Barreto.

* O Amazon Prime Video anunciou a produção de ‘Soltos em Floripa’, reality show que vai reunir oito jovens vindos de diferentes lugares do Brasil em uma casa de praia em Florianópolis. O lançamento está previsto para 2020 e estará disponível exclusivamente no Prime Video em 200 países e territórios em todo o mundo.

*A segunda temporada da série nacional ‘Ilha de ferro’ estreia no GloboPlay, neste dia 25, exclusivamente para assinantes do serviço de streaming. Na nova temporada, além de Cauã Reymond e Maria Casadevall, estarão no elenco, também, Mariana Ximenes, Rômulo Estrela, Eriberto Leão e Erom Cordeiro.

* O Petra Belas Artes/SP, está lançando um serviço próprio de streaming. Será o primeiro cinema no Brasil a ter um canal de exibição VOD.

A estreia é dia 31 de outubro, com curadoria de André Sturm, fundador da distribuidora Pandora Filmes.