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The Banana Splits: nada divertido

Reprodução -
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Há 50 anos, alguns programas de TV, ditos ‘para crianças’, eram bem ousados e loucos. Desde a famosíssima série camp em live action do ‘Batman’ (cujos vilões eram grandes atores da velha Hollywood), passando por desenhos musicais (‘Archies’, ‘Gatolândia’) e séries psicodélicas (como a dos Monkees), tudo era muito colorido, pop, musical e alucinado. Mas, houve um programa que misturava tudo isso, de uma maneira muito anárquica: Banana Splits.

Criados por Joseph Barbera e William Hanna, a famosa dupla Hanna-Barbera dos desenhos animados, os Banana Splits eram uma espécie de banda de rock maluca, formada pelo cão Fleegle (voz e guitarra), o leão Drooper (baixo e voz), Snorky, um elefante tecladista mudo, e o macaco Bingo (bateria). As fantasias foram criadas pela dupla Syd & Marty Krofft, que, depois (inspirados pelo sucesso dos BS), seriam os responsáveis por atrações psicodélicas como ‘A flauta mágica’. Os bichos comandavam um programa chamado ‘The Banana Splits adventure hour’, dentro de uma casa maluca.

Macaque in the trees
(Foto: Reprodução)

Esta ‘hora de aventuras’, estreou em setembro de 1968 e foi até setembro de 1970, totalizando 31 episódios, exibidos aos sábados, pela manhã, na rede NBC (aqui, na Rede Tupi). Era composta por sketches e números musicais com os BS, e atrações, como os desenhos ‘Os cavaleiros da Arábia’ e ‘Os três mosqueteiros’, o mix de desenho e atores ‘Micro aventuras’ e mais um segmento live action, ‘A ilha do perigo’, que sempre terminava num cliffhanger (cena de perigo que só se resolvia no próximo episódio, como em ‘Batman’). O astro de ‘A ilha do perigo’ era o futuro galã da Disney, Jan-Michael Vincent, e o diretor das partes ao vivo, era ninguém menos que Richard Donner, que, nos 70s, faria o clássico filme do Superman.

Como em muitos desenhos e séries da época, eram inseridos sketches e clips musicais entre os segmentos. No caso dos Banana Splits, havia também várias cenas externas, filmadas no parque de diversões Six Flags, no Texas (inclusive, toda a abertura do programa foi feita lá), onde eles apareciam dirigindo buggys e carrinhos de golfe alucinadamente. Por algum tempo, os BS também foram atrações deste parque. Na época, tiveram também a sua própria linha de revistas em quadrinhos.

Como fazem parte de um tempo e época específicos, não faria muito sentido recriar os Banana Splits nos dias atuais do modo como eram nos 60s. Então, para ‘comemorar’ os 50 anos do grupo, foi feito ‘The Banana Splits movie’, que está longe de ser musical, divertido e voltado para crianças. Na verdade, é um filme de terror, impróprio para menores, e repleto de cenas violentas/gore. Se, por um lado, essa opção incomodou um bocado aos fãs do programa original, por outro, mostrou alguma ousadia, ao optar por um caminho totalmente diferente. Contudo, o filme não funciona, nem como comédia de humor negro ou terror.

A produção foi feita direto para streaming e passa, a partir do dia 27, no canal SyFy. Ela mostra um grupo de fãs, que vão ao um estúdio de TV ver uma apresentação especial dos BS, e, depois do show, ficam presos no local. São perseguidos por versões robóticas e malignas dos bonecos, que os vão matando (exceto as crianças, é claro). Apesar de usarem a famosa ‘Tra la la song’ (o tema dos Banana Splits), o filme não tem nada a ver com a psicodélica série, a não ser os bonecos. Vale ver apenas pela curiosidade. E não pela nostalgia.

RUGIDOS:

*A terceira temporada de ‘The marvelous Mrs. Maisel’ chega no Amazon Prime no dia 6 de dezembro.

*Já a terceira e última temporada de ‘The deuce’, estreia internacionalmente no HBO dia 9 de setembro, às 22h. Serão oito episódios, que se passamsete anos após o fim da segunda temporada.

*Depois de ganhar o prêmio de Melhor Documentário Nacional no festival É Tudo Verdade de 2018, o filme inédito “Auto de resistência” estreia no dia 23 de agosto, no canal Curta!, às 22hO documentário, examina homicídios em ações policiais.

*A Fênix Filmes acaba de lançar sua plataforma de streaming, OQVer, composta exclusivamente por filmes que fazem parte do acervo da distribuidora. Títulos como ‘Paterson’, de Jim Jarmusch, e o documentário ‘Visages villages’, de Agnés Varda, já estão disponíveis, por apenas R$ 6,90 por filme. A cada semana, serão lançados sete novos filmes.