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Temporadas bem ou mal acabadas

Reprodução -
Euphoria foi mais impactante em seu arco e personagens
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Saber acabar bem uma série, ou mesmo encerrar uma temporada (seja a primeira ou as seguintes) com altas expectativas, às vezes, é quase tão ou mais importante do que o desenrolar da série em si. Das que causaram mais expectativas nos últimos tempos - e tiveram finais bastante frustrantes - ‘Lost’ sempre é a mais citada. Ainda mais porque seus criadores sempre afirmaram que o final não seria como acabou sendo. Foi decepcionante.

O mesmo se deu com a recente ‘Game of thrones’ (HBO), uma vez que suas últimas quatro temporadas (num total de oito) já não tinham mais quase nada a ver com os livros, já que o autor, George R. R. Martin, ainda não terminou de escrever a saga (pois foi atropelado pelo ritmo e sucesso da série). Então, os showrunners David Benioff e D.B. Weiss, apesar de seguirem orientações do autor, fizeram um final que eles entenderam, pela lógica, ser o adequado. Mas, que foi um tremendo banho de água fria para a maioria dos fãs, foi.

Por outro lado, duas outras séries do HBO, as cultuadas e já clássicas ‘Família Soprano’ (‘The Sopranos’) e ‘A sete palmos’ (‘Six feet under’) sempre são citadas como as séries dos últimos 20 anos que tiveram os finais/desfechos mais emocionantes (no caso da segunda) e/ou intrigantes (a primeira). Tanto que eu, como fã das duas, jamais tive coragem de rever estes episódios, tamanho o impacto que causaram em mim, na época. A dos Sopranos deu margem a mil especulações, até hoje sem respostas.

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Euphoria foi mais impactante em seu arco e personagens (Foto: Reprodução)

Nas últimas semanas, duas das séries mais originais dos últimos dois anos, ‘Pose’ (FX) e ‘Euphoria’ (HBO), tiveram os seus desfechos temporários. Em sua segunda temporada, ‘Pose’ (a primeira série de TV quase toda estrelada por atores gays ou trans) foi menos alegre e mais sombria, ao focar no auge da praga da Aids, nos Estados Unidos (sobretudo, em Nova York, onde se passa), no começo dos anos 1990, quando as pessoas morriam às centenas. É um assunto importante, e ainda atual, já que as novas gerações parecem não saber que a doença ainda existe. E que é incurável.

Já ‘Euphoria’, centrada em Rue, uma menina viciada em drogas químicas (a sensacional Zendaya), foi mais impactante em seu arco e personagens do que em seu fim de temporada. Como vai continuar, deixou muitas portas abertas. E, aproveitando que sua estrela, Zendaya, também é cantora, armou uma espécie de videoclipe na cena final, com direito a canção inédita, lançada na noite do episódio. Alguns espectadores torceram o nariz.

Outra série muito comentada, até por conta do clima político no mundo, nos dias atuais, a distópica ‘The handmaid´s tale’ (‘O conto da aia’), depois de uma primeira temporada impecável, sofreu por tentar esticar ao máximo o livro que lhe deu origem, com uma segunda temporada fraca e uma terceira (que encerrou esta semana, nos EUA, e aqui chega depois, no Globoplay e canal Paramount) irregular. A quarta, já foi anunciada. Resta saber o que mais sobrou para dizer, ainda que a autora, Margaret Atwood, tenha, nesse meio tempo, escrito uma continuação (o livro, é dos anos 1990), que está prestes a ser lançada. Que, pelo menos, esta temporada saiba se encerrar e que não desaponte os fãs.

RUGIDOS:

Dois filmes inéditos nos cinemas brasileiros chegaram aos serviços de streaming: ‘Amanda’, que rendeu ao diretor Mikhaël Hers o prêmio Lanterna Mágica, na última edição do Festival de Veneza; e ‘Um filósofo na arena’, que traz uma imersão ao universo das touradas, por meio da visão do filósofo Francis Wolff, que investiga esta prática controversa.

* Narrado por Rita Lee e dirigido por Pedro Asbeg, o documentário “Democracia em preto e branco” aborda o movimento Democracia Corinthiana, focando na figura do falecido jogador Sócrates. O longa também mostra o panorama esportivo, musical e político de uma época (os anos 1980) em que o país fervilhava em meio a greves e protestos. Estreia dia 16, às 22h15, no canal Curta!

* A minissérie ‘Our boys’, filmada integralmente em Israel, estreia 16 de agosto, às 21h, no HBO, com dois episódios exibidos em sequência. Nas semanas seguintes as exibições serão sempre às 22h.

* A aclamada série ‘The Crown’ volta ao Netflix em 17 de novembro. A terceira temporada será focada no período que vai de 1964 a 1977.

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Serbie | tom leão