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Boas profecias. E altas gargalhadas

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A notícia mais ridícula - e engraçada -, no mundo do entretenimento, na semana passada, foi aquela que dizia assim: ‘grupos cristãos, nos Estados Unidos, fazem petição para que a Netflix tire ‘Good omens’ do ar’. No que a Netflix prontamente concordou (Ok, faremos isso imediatamente). Isto porque, a série é uma produção da concorrente Amazon. Esta, também respondeu, brincando: ‘Concordamos em cancelar ‘Good omens’ se a Netflix acabar com ‘Stranger things’. E, todos riram alto.

Pois é. A popularidade da Netflix, fez com que atribuíssem a este serviço de streaming a exibição da produção britânica, bancada pela Amazon, baseada em livro (aqui, ‘Belas maldições’), de Neil Gaiman e Terry Pratchett. No que alguém (na verdade, a revista satírica ‘Mad’) já batizou de ‘monostreamists’, aqueles que só conhecem (ou usam) um único serviço de streaming. Aliás, é por conta disso, que muita gente desconhece o conteúdo de outras partes, achando que tudo está no Netflix. Hulu, Amazon e outro serviços do tipo, ainda estão longe de ter a mesma popularidade.

Mas, do que se trata ‘Good omens’ e porque todo este estardalhaço? Bom, de modo bem debochado (com aquele típico humor inglês negro e sardônico), a minissérie - e o livro que a inspirou – mostram um anjo, um demônio, um jovem anticristo e uma bruxa, às vésperas do Armagedon, também conhecido como juízo final. Ou fim do mundo. A medida em que vai chegando o dia em que tudo vai acabar (num sábado à tarde, logo após a hora do chá, a partir de Londres), vimos a história da Humanidade ser contada de modo bem peculiar: Adão e Eva eram negros, o criador é mulher (voz de Frances McDormand), o diabo não é bem o que pintam (é até um camarada bem bacana) e a religião cristã, de modo geral, apenas um erro. Na qual, Jesus, literalmente, foi pego para... Cristo!

O anjo Aziraphale e o demônio Crowley, são feitos por dois formidáveis atores ingleses: Michael Sheen (que fez o dr. Masters, em ‘Masters of sex’) e David Tennant (que já foi um Dr. Who), respectivamente. O ‘bromance’ entre eles é que torna tudo bastante acessível, para os não conhecedores do livro ou apreciadores do estilo de Neil Gaiman (autor de ‘Sandman’), que tem outra obra adptada para o streaming, ‘American gods’, também da Amazon.

Faz tempo que tentam adaptar ‘Good omens’ (que é o primeiro romance de Gaiman, publicado em 1990, depois de este ter se consolidado escrevendo os quadrinhos ‘Sandman’) para outros meios. O cineasta Terry Gilliam (um dos integrantes do Monty Python, conhecido por seus filmes delirantes), por exemplo, vinha tentando por anos. Até que, em 2002, quase fechou a tampa, quando conseguiu que Robin Williams e Johnny Depp embarcassem no projeto (respectivamente, como o anjo e o demônio). Contudo, apesar de já ter conseguido dinheiro de investidores, nenhum estúdio quis bancar um projeto com Johnny Depp, ainda na fase pré-‘Piratas do Caribe’, quando era tido como um ator difícil e não viável.

Antes de morrer, em 2015, o co-autor de ‘Good omens’, Terry Pratchett, pediu a Neil Gaiman que só liberasse o livro para cinema ou TV se ele próprio (Gaiman) fosse o roteirista. O que é o caso agora. Assim, a prosa e o humor peculiar dos personagens, foi mantida. Amén!

Então, se você é um ‘monostreamista’, dê uma chance para ‘Good omens’, para não sair por aí depois confundindo Amazon com Netflix

RUGIDOS:

*Estreia em 16 de agosto, na HBO, a minissérie ‘Our boys’. Baseada em fatos reais (e toda filmada em Israel), narra, em dez episódios, os acontecimentos que levaram ao conflito na Faixa de Gaza em 2014, onde morreram três adolescentes judeus.

*Netflix anunciou que ‘Good morning: midnight’, seu novo longa-metragem (ainda sem data de estreia), será dirigido e estrelado por George Clooney. É baseado em livro de mesmo nome, de Lily Brooks-Dalton.

*O fotógrafo Jorge Bispo mais uma vez abre as portas de seu apartamento para mulheres comuns que toparam tirar a roupa à frente de sua câmera na nova temporada de “302” – que estreou na quinta, dia 27, na Faixa da Meia-Noite, do Canal Brasil. Os cinco primeiros episódios já estão disponíveis, também para não assinantes, no Canal Brasil Play.

*Outra tacada da Netflix é ‘Prom’, adaptação de Ryan Murphy (‘American horror story’) para um musical da Broadway. O elenco contará com Meryl Streep, Nicole Kidman e a cantora Ariana Grande. Para 2020.

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