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Duas cinebiografias hardcore

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Muita gente, sobretudo os fãs mais aplicados, saiu reclamando um pouco de ‘Bohemian rhapsody’ (mais conhecido como ‘o filme do Queen’), por conta de sua bagunçada linha do tempo (fatos foram trocados de lugar, para dar um melhor ritmo ao filme, e culminar na apresentação do Live Aid) e por ter pegado leve na vida pessoal de Freddie Mercury, que era dado a excessos sexuais (isso é apenas mostrado en passant). O resultado: um filme ‘família’ e acessível a todos. Até porque, o Queen nunca foi uma banda de quebrar hotéis.

Quem estiver interessado em sexo, excessos, quebradeiras, bebedeiras, consumo de drogas e que tais, deve tentar ‘The dirt’, a cinebiografia da banda glam metal americana Mötley Crüe, que acabou de entrar no Netflix. Baseado em livro escrito a partir de memórias dos quatro integrantes originais (Vince Neil, Nikki Sixx, Tommy Lee e Mick Mars), ele traz tudo o que é possível mostrar, sem virar um filme X-rated. Quem quiser mais detalhes sórdidos, que leia o livro. Infelizmente, não lançado no Brasil.

Dirigido por Jeff Tremaine, o cara por trás dos programas de TV e dos filmes com a trupe de malucos e detonados Jackass (ou seja, de branco americano doido, ele entende), ‘The dirt’ conta um pouco da vida de cada integrante do Mötley Crüe (que encerrou atividades em 2015, mas deve voltar para shows este ano, por conta da repercussão deste filme), mostrando como aquele bando de desajustados acabou se tornando recordista de vendas e principal nome da geração glam metal, surgida nos clubes de rock de Los Angeles, nos anos 80.

Tudo, sem poupar linguagem pesada, farto consumo de álcool e drogas (o baixista Nikki Sixx chegou a estar tecnicamente morto, por uma overdose de heroína), muito sexo (num mundo em que as mulheres eram mero objetos sexuais, consentidos) e toda aquela rotina de turnês, com quebradeiras em hotéis e tudo o que faz parte da vida de um rockstar. O que você não viu em ‘Bohemian rhapsody’ -- até porque, os membros do Queen, fora Freddie, sempre foram mais tranquilos.

É um filme divertido, barulhento e exagerado, como eram as bandas daquela época.

Em outro espectro está ‘Lords of chaos’ (já nas plataformas de streaming), de Jonas Akerlund. Este, conta a sinistra história da banda sueca Mayhem, propagadora do gênero black metal (que envolvia satanismo e outros bichos), formada no final dos anos 80, na Noruega.

Neste, o clima é lúgubre, nada divertido. O líder da Mayhem, conhecido como Euronymous, cultivava a morte, o demônio e Hitler. Acabou achando em outro maluco, o fã Varg Virkennes, alguém ainda mais perturbado do que ele. Varg, criador do projeto Burzum, era dado a botar fogos em igrejas, esfaquear homossexuais e acabou preso por 15 anos, por estes crimes.

O diretor Akerlund, começou a carreira como baterista de uma banda destas. Mas, logo largou esse mundo e virou renomado diretor de clips (para nomes tão diversos quanto Rammstein e Madonna). Contudo, apesar do conhecimento de causa, seu filme é um tanto monótono e parece zombar do assunto.

Seja como for, vale a vista. Mas, cuidado: tem cenas bastante escabrosas e perturbadoras. 

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RUGIDOS:

* Dos novos serviços anunciados pela Apple esta semana, o Apple TV+ (espécie de TV a cabo do streaming) deve estar disponível no Brasil no segundo semestre deste ano.

* Para quem quer saber de onde veio o inspetor Closeau (imortalizado por Peter Sellers), o Telecine Cult exibe, neste domingo, os dois filmes que o lançaram: às 19:55h, ‘A pantera cor-de-rosa’ (‘The pink panther’); e, às 22h, ‘Um tiro no escuro’ (‘A shot in the dark’).

* A plataforma digital HBO GO agora está disponível nas Smart TVs da marca LG, em modelos com o sistema WeBos 3.0 ou superior, fabricados a partir de 2016 (basta ir na seção de aplicativos e baixar ou atualizar).