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Fyre Festival:A Ilha da Fantasia

Tom -
Tom Leão
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Em tempos de internet, as mentiras vão longe. Vide o vulto que as fake news tomaram nos últimos anos. Mas não só. Há outras coisas na grande rede que enganam o incauto, seja por belas imagens, seja por clips fantasiosos e outros artifícios. Muitas vezes, você vê no Facebook que tal festa vai ser um sucesso, zilhões já confirmaram e, no dia, você chega lá e só tem meia dúzia. Desconfie também de avaliações sobre restaurantes e hotéis. Muitas delas são pagas, publicidade oculta.

Foi o caso do que levou milhares de millenials ricos, dos Estados Unidos, a caírem na fraude do Fyre Festival, que, supostamente, iria acontecer numa ilha paradisíaca no Caribe (ilha esta, dizem, que já pertenceu a Pablo Escobar), em 2017. Meses antes de "acontecer", a equipe do Fyre postou clipes maravilhosos, mostrando modelos famosas (entre as quais, Emily Ratajkowski e Bella Hadid) se divertindo na tal ilha com amigas, dando a entender que você, mero mortal, também poderia estar ali, having a ball, com as belas. Bastava pagar.

As promoções/enganações continuaram, com posts e retuítes de gente que tem milhões de seguidores. Como a "celebridade de nada" Kendall Jenner, dizendo que iria estar lá (um único post desta moça, atiça milhares de fãs) além de promessas de que, os que comprassem ingressos no primeiro lote, iriam chegar a tal ilha a bordo de jatinhos particulares, e ficar hospedados nos mesmos bangalôs (de $250 mil dólares!) que as tais celebridades que apareciam nos clips e davam like nas redes sociais. Bom demais para ser verdade?

Sim. É o que mostram dois documentários distintos, "Fyre: fiasco no Caribe" (Netflix) e "Fyre fraud" (Hulu), lançados recentemente, mostrando os vários lados deste mega fracasso. Usando o rapper e ator Ja Rule (de "Velozes & furiosos") como garantia, o empresário e mitômano Billy McFarland prometeu o que não pôde cumprir (se preocupou mais com a badalação do que com a logística) e enganou milhares. Vendeu os ingressos mais caros primeiro, anunciou artistas que jamais haviam se comprometido a tocar no festival (como Major Lazer e Disclosure. Mas não foi absolutamente nada disso o que aconteceu.

O documentário da Netflix mostra mais o lado de quem estava envolvido na produção, desde os moradores da pequena ilha (alguns, foram à falência, pois investiram suas economias para lucrar) até membros da equipe, que fizeram o possível para que o megaevento acontecesse. Ou, ao menos, que os efeitos ruins fossem minimizados. Já o do Hulu (que pode vir a ser exibido pelo GloboPlay em breve), conta com o próprio McFarland dando depoimentos. Mas ele cobrou $25 mil dólares (o mesmo valor que pagou a celebridades e 'influencers', para dar um único retuite do evento em suas contas).

O do Hulu vai mais fundo na parte legal do problema e entrevistou também a namorada russa de Billy e seus familiares (vemos que, desde guri, o cara era dado a fantasiar e dar golpes). Hoje, Billy está numa prisão federal e Ja Rule sofre um processo de milhões.

Ou seja: não se deixe enganar pelas fotos, clips e poses da internet. Muitas vezes, aqueles mundos e cenários maravilhosos, são pura fantasia. A realidade pode ser muito cruel para quem embarcar nessas mentiras.

RUGIDOS

A Netflix está com mais de 50 projetos em diferentes etapas de produção no México, que incluem conteúdos originais e coproduções, para 2019 e 2020. Além disso, abrirá escritório na Cidade do México este ano.

Os inéditos nos cinemas brasileiros "O beijo da morte", "A competição" e "Coragem para vencer", da A2 Filmes, já chegaram nos principais serviços de streaming do país.

Começam em março as filmagens da série "Matches", da Migdal Filmes, comédia sobre as novas formas de se relacionar na Era digital. Será exibida no Warner Channel.

"Entrevista com Deus" já está disponível em VOD no NOW, para assinantes da NET, Claro HDTV e Claro Móvel Pós Pago.