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Um mundo azul e amarelo

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Os vikings desembarcaram no Oriente Médio. A plataforma de streaming de música, Spotify, foi lançada em 13 países árabes, incluindo Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Tunísia e Egito. Os usuários da região terão acesso total à ferramenta e a um serviço totalmente desenvolvido para a população local, em árabe, anunciou a empresa recentemente. Esses países terão disponíveis o catálogo inteiro da ferramenta, que conta com mais de 40 milhões de faixas e bilhões de playlists, incluindo uma biblioteca criada exclusivamente para esses ouvintes.

A empresa também lançou uma plataforma em seu aplicativo para oferecer música árabe globalmente. No movimento de entrada na região, o Spotify está assumindo a francesa Deezer, uma empresa apoiada pelo príncipe saudita Alwaleed bin Talal, numa batalha por um mercado com mais de 300 milhões de pessoas. No Twitter a chegada do Spotify na região foi um dos assuntos da semana e esteve entre os trending topics dos Emirados Árabes Unidos na quinta-feira.

A empresa sueca fundada em 2008, foi avaliada em quase US$ 30 bilhões, em abril, quando lançou suas ações na Bolsa de Nova York. Aliás, a Suécia tem um cenário de startups cada vez mais prolífico e relevante no mundo. Sua capital, Estocolmo, fica atrás apenas do Vale do Silício quando se trata do número de “unicórnios”, empresas com valor de mercado superior a US$1 bilhão, per capita. Algumas semanas atrás, por exemplo, o Paypal adquiriu a solução de pagamentos iZettle, sediada na cidade, por US$ 2,2 bilhões. Não é uma surpresa que os investimentos tecnologia no país estejam em níveis tão altos. Recentemente, até mesmo a igreja local começou a investir em startups high-tech. É o azul e amarelo deixando o mundo digital mais bonito e competitivo.

De todas as direções

Mark Zuckerberg, contestado CEO do Facebook, revelou que a empresa de Menlo Park planeja criar um grupo independente para supervisionar as decisões a respeito das denúncias feitas por usuários sobre conteúdos que não respeitem as políticas do site. Essa é uma demanda antiga do mercado pois traz ao processo a transparência que até então ele nunca teve. Casos recentes como o das páginas brasileiras excluídas perto das últimas eleições potencializaram a visão de que os moderadores humanos e a inteligência artificial do Facebook têm um viés em suas decisões.

A notícia, anunciada em uma teleconferência realizada na última semana, veio um dia depois que uma matéria do “The New York Times” revelou como executivos do Facebook, incluindo Zuckerberg e a Diretora de Operações Sheryl Sandberg, se comportaram nas crises recentes da empresa. Foram mencionadas, desde a tão falada interferência da Rússia nas eleições americanas até os escândalos recentes sobre privacidade dos dados de seus usuários.

As decisões, tanto estratégicas, quanto operacionais da Facebook Inc., empresa dona do site homônimo, têm comprometido a imagem da empresa nos últimos meses. Grupos de direitos humanos fazem críticas constantes pelo fato do site não reprimir apropriadamente o ódio e a desinformação que alimentaram a divisão política e a violência em diversas eleições pelo mundo. A empresa finalmente que demorou muito para agir em diversos casos.

Zuckerberg também anunciou que seus desenvolvedores estão aprimorando algoritmos de inteligência artificial para aumentar a eficiência na detecção e redução de conteúdos extremos e todo tipo de publicação que possa ferir as políticas e ideais do site. A esquerda mundial diz que o site é fascista e a direita, que é comunista.

Míssil

Na coluna da semana passada mencionei que, considerando o formato atual, lento, caro e com intenso consumo de energia elétrica, o bitcoin nunca se tornará o que muita gente preconizou. Não será uma moeda universal. Na prática, no ritmo atual, não será nem mesmo uma moeda.

Nessa semana, seu preço despencou mais de 10% e atingindo seu nível mais baixo em mais de um ano. Agora está sendo negociado abaixo de US$ 6.000. O valor é bem distante dos números alcançados durante a sua ascensão meteórica no final de 2017, depois de quase tocar US$ 20.000 em dezembro do ano passado. Aliás, foi neste período que, em entrevista a diversos veículos, avisei que a queda era iminente.

Depois de alguma estabilidade ao longo do ano, quando variou entre US$ 6.000 e US$ 7.000, a moeda digital, que viveu dias de foguete, vai experimentando ser um míssil disparado. Para baixo.