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Pré-sal arrecada menos 34,7% que o esperado

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Não foi essa coca-cola toda. Embora seja considerada a área mais promissora de exploração de petróleo do mundo, os leilões do pré-sal na Bacia de Santos realizados pelo governo Bolsonaro, quase dez anos depois que os leilões de partilha foram suspensos na área pelos governos petistas, que sentaram em cima da riqueza reservando o óleo à Petrobras, não atraíram uma petroleira estrangeira, afora as estatais chinesas, que já operam com a nossa estatal.

Se no leilão, quarta-feira, das quatro áreas da cessão onerosa, apenas dois dos quatro blocos exploratórios foram vendidos (Búzios e Itapu), e arrematados pela Petrobras, com pequena participação das chinesas CNOONC e a CNODC para o campo de Búzios (5% para cada uma), na 6ª Rodada de licitação de áreas do pré-sal, sob regime de partilha, realizado nesta quinta-feira, 7 de novembro, apenas um dos seis blocos, o de Aram, foi arrematado pelo consórcio da Petrobras (80%) com a chinesa CNODC (20%), com bônus de assinatura fixo de R$ 5,05 bilhões, e o percentual mínimo de 29,96% de excedente em óleo à União.

Embora tenha reservado o direito de preferência para os blocos Cruzeiro do Sul e Sudoeste de Sagitário, a Petrobras sequer fez lance, diante da ausência de propostas das petroleiras estrangeiras. Como na rodada de quarta-feira os bônus de assinatura totalizaram R$ 69,9 bilhões, com os R$ 5,05 bilhões de hoje, a arrecadação vai somar R$ 74,74 bilhões. Na rodada da cessão onerosa tinha previsão de arrecadar R$ 106,56 bilhões e a 6ª rodada poderia arrecadar até R$ 7,9 bilhões, somando R$ 114,46 bilhões. Ou seja, a arrecada ficou 34,70% abaixo.

Por que o bolo solou?

Antes de fixar datas para relicitar as áreas que não receberam lance agora, cabe ao governo (incluindo os ministérios das Minas e Energia e Economia, a ANP, a AGU, TCU e Petrobras) estudar bem por que não houve o êxito esperado.

A frustração na arrecadação pode criar embaraços aos planos de Paulo Guedes de redesenhar o pacto federativo e a repartição de receitas entre União Estados e Municípios. O grande atrativo para a adesão da classe política seria o bolo do pré-sal que seria servido em porções maiores, uma promessa feita pelo governo Lula já em 2010 e reembalada agora pelo ministro da Economia. Mas o bolo solou e perdeu substância, pois dos quase R$ 70 bilhões da cessão onerosa, R$ 34,1 bilhões serão ressarcidos à Petrobras. Faltaram R$ 36,6 bilhões para uma divisão que aliviasse o caixa do setor público em todas as três esferas de poder.

Itaú se diversifica no varejonf

Maior banco privado brasileiro, o Itaú Unibanco vem dando mostras de que não pretende botar todos os ovos no segmento financeiro, numa percepção de que os dias de glória do oligopólio bancário ficarão para trás, com o avanço das fintechs. A decisão de fechar 400 agências e enxugar pessoal é o sinal mais forte.

Há dois anos, tanto a Itaúsa, como uma das holdings da família Moreira Salles, a Cambuy, investiram pesado no varejo, comprando a Alpargatas, vendida pelo grupo J&F em plena crise do grampo de Joesley Batista no presidente Temer, que abalou o império dos donos do grupo JBS.

Há alguns meses, o Itaú cogitou de investir no capital da BR Distribuidora, de cujo controle a Petrobras estava se desfazendo. Desistiram, mas acabam de mirar no segmento de distribuição de gás. Um consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás Butano apresentou a melhor oferta para a compra da Liquigás, ofertada pela Petrobras. O lance de R$ 3,7 bilhões será rateado entre os três sócios.

Na semana passada, em outro movimento fora do sistema financeiro, o Itaú Unibanco assinou acordo de investimento com a Equatorial Energia pelo qual vai pagar R$ 1 bilhão para ter uma fatia nas operações de distribuição da companhia elétrica no Maranhão e no Pará.