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Para Itaú, vendas crescem com crediário mais em conta

Consumo das famílias sobe 0,5% no 2º tri e vendas aceleram em julho

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Ao analisar o desempenho das vendas do comércio em junho, que subiram 0,1% frente a maio e ficaram estáveis no varejo ampliando, descontando os efeitos sazonais, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 7 de agosto, pelo IBGE, o Departamento Econômico do Itaú, que acertou a previsão para o desempenho estável do varejo ampliado (que inclui automóveis, motos, autopeças e materiais de construção), lembrou alguns indicadores positivos para o melhor mês de junho desde 2017 (+1,2%). Sobre o mesmo mês de 2018, as vendas tiveram queda de 0,3%.

Depois de recuo de 0,4% em abril e de estabilidade em maio nas comparações mensais, o setor varejista terminou o 2º trimestre com perdas de 0,3% sobre os três meses anteriores, quando houve estagnação, destacando as dificuldades enfrentadas pelo setor. Mas o Itaú lembra que houve uma revisão para cima do índice no mês de maio de +0,5%. Isso reforça a alta mensal de 0,1%.

O banco reconhece que o índice de vendas no varejo restrito, que exclui veículos e materiais de construção, cresceu 0,2% com ajuste sazonal, ficou abaixo da expectativa de mercado e da sua própria projeção (+0,5%).

Mas, no 2º trimestre, as vendas no varejo ampliado cresceram 1,2% com ajuste sazonal, “o que reforça nossa visão de que o consumo continua crescendo moderadamente, impulsionado pela expansão do crédito à pessoa física e leve crescimento da massa salarial”.

Com juros menores, crediário puxa as vendas

Em outras palavras, o maior banco do país reconhece que a baixa dos juros é fundamental para acelerar o crescimento da economia através do consumo das famílias. O Depec do Itaú estima em 0,5% o crescimento do consumo das famílias no 2º trimestre, com ajuste sazonal.

O banco destaca a diferença entre o recuo de 0,4% nas vendas do varejo restrito (mercados, supermercados, combustíveis e comércio de bens de menor valor e a alta de 1,2%, com ajuste sazonal, nas vendas do varejo ampliado no mesmo período.

“O índice ampliado inclui itens mais sensíveis ao crédito, como vendas de veículos e materiais de construção, que cresceram 4,3% e 1,1% respectivamente no 2º trimestre. Os itens sensíveis a crédito continuam crescendo mais rapidamente do que os itens sensíveis à renda”.

Ou seja, com o índice do desemprego ainda muito alto, as vendas tendem a crescer com juros mais baixos e a redução da inadimplência a partir do uso do dinheiro do FGTS para abater dívidas, que reabre o crediário para muitas famílias. Três pessoas de uma mesma família podem sacar até R$ 1.500.

Julho acelerado

O banco destaca ainda que o 3º trimestre pode surpreender. “Os primeiros indicadores coincidentes (licenciamento e vendas de veículos e indicadores de confiança) sinalizam alta nas vendas no varejo restrito em julho (0,5%) e queda no indicador ampliado (-0,1%)”