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Itaú prevê redução da Selic para 5% este ano

Banco aposta na aprovação da Previdência em julho

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O Itaú divulgou hoje, sexta-feira, 14 de junho, novas projeções para a economia mundial e a brasileira. Diante do fraco desempenho da economia, da inflação baixa e da tendência de baixa geral de juros pelos principais bancos centrais do mundo, o maior banco brasileiro agora reduziu meta da Selic de 6,50% ao ano para 5% em 2019 e 2020

Apesar dos “ventos globais contrários” o banco acredita que a “previdência avança”. Para o Itaú, “a reforma da Previdência pode ter tramitação mais rápida no Congresso, após as alterações acordadas no parecer do relator na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Esperamos que a reforma seja aprovada em julho na Câmara, com um impacto fiscal de cerca de 60% da proposta original”

Veja as principais mudanças:

"Reduzimos as projeções de crescimento em 2019 (de 1,0% para 0,8%) e 2020 (de 2,0% para 1,7%), incorporando uma desaceleração mais intensa da economia global.

Com a expectativa de crescimento mais lento das receitas públicas, pioramos nossas estimativas de déficit primário para 2019, de 0,8% para 0,9% do PIB, e de 1,1% para 1,2% do PIB em 2020.

Mantemos nossa projeção de taxa de câmbio para 3,80 em 2019. Levando em conta o ambiente global mais desfavorável, ajustamos nossa previsão para 4,00 reais por dólar em 2020.

Mantemos nossa projeção para o IPCA em 3,6% tanto neste ano quanto no próximo.

Também condicional à aprovação da reforma da previdência, passamos a projetar queda da taxa Selic para 5,0% em 2019 e 2020, como resposta ao ritmo lento de recuperação da atividade, que contribui para perspectivas inflacionárias mais favoráveis".

Guerra comercial EUA X China reduz PIB mundial de 3.3% para 2,9%

O Itaú analisa os impactos da guerra comercial e tecnológica entre os Estados Unidos e a China. Para o banco, os atritos das últimas semanas diminuíram “a chance de que os presidentes Trump e Xi cheguem a um acordo na reunião do G20 (28-29 de junho), no Japão”. Sem acordo, o banco projetou um cenário de “uma guerra comercial plena entre EUA e China, cujo impacto direto pode reduzir o crescimento do PIB global em 0,4 pp, levando-o para 2,9% em 2020”

O lado bom é que o Itaú prevê que tanto o banco central americano (Fed) e o banco central europeu (BCE) provavelmente implementarão estímulos para assegurar a continuidade da recuperação, e outros bancos centrais devem seguir na mesma direção. O Itaú espera que o Fed implemente um ciclo de corte de juros de 75 pb a partir de julho. Na China, a guerra comercial desacelerará o crescimento para 6,0% em 2019 e 5,5% em 2020, e políticas estimulativas devem ocorrer.

Para a América Latina, a intensificação da guerra comercial ocorre em um momento em que a atividade econômica na região já está frágil. A postura mais branda da política monetária do Fed e outros grandes bancos centrais deve reduzir a depreciação das moedas latino-americanas em relação ao dólar.

O banco central do Chile saiu na frente em junho, cortando os juros em 50 pb, e “agora vemos cortes nas taxas de juros no Peru e na Colômbia antes do final do ano. No México, o banco central mantém uma postura conservadora, mas, dada a provável desaceleração da economia, esperamos que um ciclo de flexibilização seja iniciado no 4T19”.

Resumo da situação mundial

• A guerra comercial provavelmente irá pesar sobre o crescimento global e deve levar bancos centrais a reagir.

• EUA: vemos desaceleração do crescimento para 1,3% em 2020 e implementação de cortes preventivos da taxa de juros pelo Fed (0,75 p.p. em 2019, começando em julho).

• A economia da China deve desacelerar para crescimento de 6,0% (6,2% anteriormente) em 2019 e 5,5% (6,0% anteriormente) em 2020.

• A Europa deve permanecer em ritmo lento, com maior chance de flexibilização pelo BCE.

• LatAm: Flexibilização monetária deve apoiar crescimento em vários países da região.

• Preços de metais mais baixos.

 

Bradesco prevê que Copom já sinalizará queda de juros


No comentário da “Semana em Foco” desta sexta-feira, 14 de junho, o Departamento Econômico do Bradesco acredita que a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) dias 17 e 18 de junho, vai manter a Selic em 6,50% ao ano, mas “a comunicação do Comitê poderá ser ajustada, no sentido de sinalizar que o balanço de riscos para a inflação está assimétrico para baixo, o que poderia ser o primeiro passo para uma redução à frente, como esperamos”. A próxima reunião para além da próxima semana, será dias 30 e 31 de julho.

Assim, Bradesco e Itaú já acreditam que a redução dos juros poderá começar no Copom de julho.