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Roma sabia de Economia, desde o pão e circo

Eleições de 2014 e 2018 mostram altos e baixos da mídia tradicional

Reprodução: IBGE -
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Na velha Roma de César, os espetáculos de gladiadores no Coliseum e demais arenas, não eram só entretenimento. “O pão e circo” para aplacar a ira das massas que extravasavam seus instintos mais primários quando um gladiador matava outro ou quando era jogado às feras literalmente, para enfrentar tigres ou leões. A ida de pessoas aos eventos movimentava a economia. 

E chega aos dias atuais. Pelo menos no Brasil, segundo a explicação do IBGE para a alta de 0,3% no volume do setor de serviços no mês de abril. Os dados vieram abaixo das expectativas do mercado (o Itaú esperava alta de 0,5%, o que acentua o fraco desempenho da economia). Vale dizer que o segmento de serviços, captando atividades financeiras e de seguros representa 73% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Olhando a série histórica da PMS, iniciada em janeiro de 2011 pelo IBGE, o setor registra queda de 11,9% em comparação ao pico de janeiro de 2014. O ponto mais negativo foi em abril de 2018, com queda de 15,6%.

Macaque in the trees
(Foto: Reprodução)

Vejam o que disse o IBGE: 

“Shows e espetáculos realizados em abril contribuíram para o crescimento de 0,3% no setor de serviços na passagem de março para abril. Os serviços prestados às famílias, que incluem as atividades de hospedagem, alimentação e gestão de espaços para eventos, aumentaram 0,1%, mantendo a tendência positiva do mês anterior. 

O resultado do índice geral interrompeu três meses de taxas negativas seguidas, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada hoje pelo IBGE. A pesquisa mostrou também altas nos serviços de informação e comunicação (0,7%) e serviços profissionais e administrativos (0,2%). 

“Observamos um aumento nas atividades hoteleiras e de alimentação relativas à realização de grandes espetáculos no período, em especial o Lollapalooza, em São Paulo, e o Cirque du Soleil, no Rio de Janeiro”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, acrescentando que “o festival de música, em especial, se destaca na comparação com abril de 2019”. 

No mercado editorial crise parece não ter fim 

No desdobramento do comportamento do mercado de serviços, apesar da alta de 0,7% nos serviços de informação e comunicação, o segmento ainda está longe de recuperar os dias de glória. O setor ainda apresentava em abril queda de 7,8% diante do pico registrado em março de 2015. 

Um detalhe interessante no comportamento do mercado de Serviços Audiovisuais, Edição e Agências de Notícias foi a guinada de quase 180 graus entre as eleições de 2014 (quando Dilma foi reeleita) e as eleições de 2018, que deram vitória a Jair Bolsonaro. 

Em junho de 2014, quando estouraram as primeiras notícias da Operação Lava Jato, houve uma explosão nas consultas às agências de notícias e sites on line. Já na eleição de 2018, justamente no mês de outubro, quando ocorreram o 1º e o 2º turno, ocorreu a maior queda índice (38,3% em relação ao pico de junho de 2014). O índice em abril era inferior em 32,3% frente a junho de 2014.

Macaque in the trees
(Foto: Reprodução)

O que segurava mais o segmento eram as atividades de Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que tiveram o pico também em março de 2015 e registravam queda de 5% em abril último.

Macaque in the trees
(Foto: Reprodução)

O segmento de telecomunicações (telefonia fixa e celular e TV aberta e fechada, além de rádio) também estava em queda livre, com redução de 12,3% frente ao pico de outubro de 2014, quando houve a reeleição de Dilma Roussef. 

Macaque in the trees
(Foto: Reprodução)

A rigor, o único segmento que não parou de crescer foi o da tecnologia da informação, cujo pico se deu em fevereiro deste ano, o que denota o progressivo aumento da automatização em todas as atividades. Um dado preocupante para quem está à procura de emprego, que mudou de perfil. 

A automação aumenta a produtividade e reduz a necessidade de mão de obra. O setor bancário é a maior prova. Os bancos automatizam os serviços (que passam a ser feitos pelos próprios clientes, nos caixas eletrônicos, na internet ou pelo celular [área que mais cresce]) e dispensam a mão de obra. 

Contra isso, os bancários convocaram greve geral para sexta-feira, 14 de junho. Mas parece ser uma luta inglória contra a roda da história. Neste caso, não há pão e circo...

Macaque in the trees
(Foto: Reprodução)

Reprodução: IBGE -
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