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Sístole e diástole na economia

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O movimento sincronizado da sístole e da diástole é vital ao coração, órgão máximo da vida humana. Na sístole há contração do ventrículo; na diástole,o relaxamento do músculo do coração. Na economia os movimentos são semelhantes, mas em ritmos e ciclos mais demorados. A economia brasileira passou década e meia com os gastos crescendo mais que as receitas. A diástole.

Os sinais de alerta foram acesos no 2º governo Lula. No tsunami mundial de 2008 o Brasil se julgou imune. Seria só "uma marolinha". Não houve quebradeira de bancos, porque já tinham passado pelo ajuste do Proer, no governo FHC, quando o Real baixou o lucro inflacionário e os esqueletos ficaram à mostra. O excesso de a alavancagem tinha sido contido no governo Geisel.

Escritas paralelas levaram à quebra do Nacional (1995), e do PanAmericano, de Silvio Santos em 2010. Na eleição do 'poste' Dilma, o governo tinha todo interesse em salvar o grupo do dono do SBT 3ª rede do país, quase empatada com a Record. O uso da Caixa Econômica Federal para comprar metade do Pan foi insuficiente. Logo se descobriu novo rombo e a CEF teve de dobrar a aposta.

Na quebradeira mundial, bancos de grupos empresariais, como o Votorantim, da família Ermírio de Morais foram à garra, quando a Votorantim Celulose e a Aracruz foram pegas no contrapé em operações cambiais. As duas foram socorridas pelo BNDES via Fibria, fundindo as duas com quase 1/3 do controle da BNDESPar. A empresa se reergueu e foi comprada em 2018 pela Suzano. O Votorantim está há mais de 10 anos com 49,99% das ações sob controle do Banco do Brasil. À beira do infarto, o governo Bolsonaro quer se livrar de ambos.

Em 2009 Lula queria eleger o 'poste'. Reviveu o Modernfrota e ampliou o Minha Casa, Minha Vida para entregar os imóveis com móveis e eletrodomésticos. Queria turbinar a economia. Doce ilusão, que gerou enorme inadimplência na Caixa. O Brasil de Dilma achou que tinha reinventado o new deal com a "Nova Matriz Econômica". A ex-presidente chegou ao cúmulo, em Davos e na ONU, de ensinar a mandatários do 1º mundo como se recuperava a economia. As desonerações fiscais e de encargos trabalhistas foram o "jeitinho brasileiro" de relançar a economia...

O Brasil entrou no fim de 2014 na maior recessão. Os bilionários esqueletos da política expansionista qual exibição de trapezista sem rede sobre a jaula dos leões(quando os havia nos circos), estão aí martirizando os brasileiros e exigindo drásticas reformas sistólicas.