O OUTRO LADO DA MOEDA
Lucro do Itaú diminui no Brasil
Publicado em 05/11/2025 às 16:16
Os impactos da Resolução 4.966, do Conselho Monetário Nacional, afetaram o resultado recorrente gerencial do Itaú nos primeiros nove meses de 2025. O banco continuou sendo uma máquina de lucros que o alçou à empresa de maior peso na composição do Ibovespa. Mas o lucro acumulado de R$ 34,513 bilhões, com crescimento de 13,1% sobre igual período de 2024, teve maior peso das atividades da América Latina (no 3º trimestre 6,7% do que os 6,4% dos nove meses).
A título de comparação, o resultado trimestral (R$ 11,876 bilhões =) oi maior do que a soma do lucro trimestral do Bradesco (R$ 6,205 bilhões) e do Santander (R$ 4,009 bilhões. Do mesmo modo, o lucro acumulado no ano (R$ 34,513 bilhões) superou os resultados somados do Bradesco (R$ 18,136 bilhões) e do Santander (R$ 11,529 bilhões).
Mas o Itaú fechou 287 agências no país este ano e teve de demitir quase 3 mil funcionários. Isso forçou indenizações e mais investimentos em tecnologia (+20,4%). O aumento das despesas de pessoal, que impacta as despesas Comercial e Administrativa, Transacionais e Tecnologia, ocorreu devido aos efeitos da negociação do acordo coletivo de trabalho, fazendo com que as despesas não decorrentes de juros crescessem 8,9%.
Uma evolução maior que a das receitas com prestação de serviços e seguros, que aumentaram 5,3%. Destaque para o faturamento na atividade de emissão de cartões (+5,1%), nas receitas com administração de recursos (+13%) e com pagamentos e recebimentos, além do crescimento no resultado de seguros, com crescimento de prêmios ganhos. As receitas de serviços de conta corrente pessoa física, que diminuíram 7,2% no 3º trimestre anterior, caíram 15,9% nos primeiros nove meses de 2025 frente a igual período de 2024.
O índice de inadimplência acima de 90 dias (NPL 90) ficou estável por mais um trimestre consecutivo. No Brasil, o indicador de pessoas físicas também ficou estável em 3,6%, o melhor patamar da série histórica. Conforme esperado, houve aumento de 0,1 p.p. no indicador de micro, pequenas e médias Empresas no Brasil, por conta da normalização do indicador em função do fim das carências dos programas governamentais.
Na América Latina, o índice recuou 0,1 p.p., com redução da carteira em atraso da carteira de pessoas físicas no Chile e de pessoas jurídicas na Colômbia. O índice de inadimplência entre 15 e 90 dias (NPL 15-90) total aumentou 0,3 p.p. e fechou o trimestre em 2,0%
No segmento de grandes empresas no Brasil, o aumento foi de 0,9 p.p. e o indicador encerrou o trimestre em 1,0%. Os aumentos, tanto no consolidado quanto em grandes empresas, estão relacionados a um cliente específico do segmento, que estava adequadamente provisionado e já classificado em estágio 3. Excluindo esse efeito, os indicadores teriam permanecido nos mesmos patamares do trimestre anterior, ou seja, 1,7% no consolidado e 0,1% no segmento de grandes empresas no Brasil.
Em micro, pequenas e médias empresas houve incremento de 0,1 p.p. no índice, por conta do fim das carências dos programas governamentais. Ainda na inadimplência de curto prazo, merece destaque a estabilidade na carteira de pessoas físicas no Brasil, que por mais um trimestre permaneceu em 3,0%.
Na América Latina, o índice reduziu devido à menor inadimplência em pessoas jurídicas no Chile, na Colômbia e no Paraguai.
Perdas no Varejo, ganhos no Atacado
O Itaú opera segmentado em dois mercados: Varejo e Atacado. O Varejo engloba as pessoas físicas e agências. No 3º trimestre o Varejo teve queda de 4,6% dos resultados, que somaram R$ 4,716 bilhões. Mas, na comparação com o 3º período de 2024 o lucro aumentou quase R$ 1 bilhão ou 24,4%.
Já o segmento do Atacado, que envolve as atividades do Banco de Investimento (BBA) e as operações na América Latina, tiveram melhor desempenho, com lucro líquido recorrente de R$ 5,952 bilhões, um aumento de 10,4% sobre o trimestre anterior. Em relação ao 3º trimestre de 2024 houve aumento de 7,4%.
Por fim, as Atividades de Mercado e Corporativas tiveram lucro gerencial de R$ 1,209 bilhão no trimestre, com avanço de 2,9%, mas queda de 12% frente ao 3º trimestre do ano passado.