O Outro Lado da Moeda

Por Gilberto Menezes Côrtes

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O OUTRO LADO DA MOEDA

Tartamudo, Castro devia ter se calado

Publicado em 29/10/2025 às 15:55

Alterado em 29/10/2025 às 16:50

A gravidade do que ocorreu no Rio de Janeiro ontem leva a coluna a tratar de uma questão que abala toda a sociedade e também a economia. O tartamudo governador Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, conhecido como o caricato personagem Gaguinho, amigo do Patolino e do coelho Pernalonga, perdeu uma boa oportunidade de ficar calado ontem e evitar mais uma bala perdida.

No desespero da desastrada operação policial nos morros do Alemão e na Vila Cruzeiro, que levou à morte de mais de 128 pessoas – a mais letal da história do país -, mal planejada (com potencial de abalar a vinda de representantes estrangeiros à COP-30, que se desdobra entre Belém (PA) e o Rio de Janeiro -, pois não evitou cortar a mesma rota de fuga usada em 2010 na ocupação da UPP – disparou a queixa de que o governo federal tinha negado blindados das forças armadas. Trata-se de irresponsabilidade política de caso pensado.

A intenção era tentar transferir a responsabilidade para o governo Lula, justamente quando o presidente da República ainda estava voando de volta ao Brasil, após o périplo na Ásia, onde se reuniu com o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, em Kuala Lumpur, na Malásia. O tal pedido não foi feito ontem. Mas há 10 meses. No começo do ano, quando uma médica da Marinha foi morta com uma bala perdida num hospital do Andaraí. Um blindado não se empresta como se fosse uma viatura policial ou até mesmo uma arma.

Hoje, após a bola fora, pediu socorro aos governadores que fazem oposição ao governo Lula, para reforçar a divisão de responsabilidades em teleconferências com os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC), Ronaldo Caiado (União-GO), Ibaneis Rocha (MDB-DF). Falou ainda com o governador paraense Helder Barbalho (MDB), ligado ao governo Lula.

Para se esquivar do pito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem pede, sempre, renegociação da dívida com a União, quando Haddad hoje lhe cobrou empenho no combate a duas fontes de lavagem de dinheiro que ajuda o poderio do crime organizado: a adulteração e sonegação de impostos de combustíveis (na Refinaria de Manguinhos) e as fraudes tributárias, o governador omisso disse que sua função é pedir ajuda do governo e que cabe ao governo federal encontrar o meio jurídico-operacional da ajuda.

Não é bem assim. Para começo de conversa, em vez de celebrar tamanha mortandade e lamentar “apenas a morte de quatro policiais”, um dos quais tinha apenas dois meses de alistamento na PM, portanto sem experiência para uma operação de tamanha envergadura, o governador tem de reconhecer a falência financeira e administrativa de seu governo. Pedir a ajuda do governo federal, para ajudar a intervir na segurança pública é como entregar as chaves dos comandos da PM, da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança à União.

Se a intervenção se daria por uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) geral na segurança, como em 2018, ou em algumas áreas, como já ocorreu nos portos e aeroportos, com parceria da Polícia Federal é uma decisão do governo Lula. A adoção de uma GLO exige preparo. Eventualmente, tranca a pauta de questões em andamento no Congresso. Às vésperas da COP-30, criar um alarde que esvazia o encontro, mesmo com a distância superior a três mil quilômetros entre as duas capitais, ou em 2.527 km em voo de avião, com pouco mais de três horas de viagem.

Mas o objetivo da ação era mesmo jogar uma casca de banana para o presidente Lula pisar, à véspera da Copa e tentar apagar o fiasco da trama da direita por criar um fato político externo (a chantagem do governo Trump com o tarifaço para tentar suspender a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, o grande cabo eleitoral da direita em 2026, caiu por terra depois do encontro na Malásia). O acerto de posições com os governadores de direita, aumenta a suspeita. Castro, por sinal, é pré-candidato a senador pelo PL do Rio, em 2026.

Brasil gera 16,9% do lucro trimestral do Santander

Com lucro líquido de R$ 4,009 bilhões (592 milhões de euros) no 3º trimestre de 2025, o melhor resultado trimestral, de +9,6%, em dois anos, o Santander Brasil respondeu por 16,9% do lucro atribuível à controladora de 3,504 bilhões de euros. Foi o sexto recorde trimestral consecutivo, um aumento de 2% em relação ao 2º trimestre de 2025. Em euros constantes, o lucro aumentou 3% em relação ao trimestre anterior, apesar do impacto negativo da Argentina.

Nos nove meses de 2025, o lucro atribuível aumentou 11% em relação ao ano anterior, para 10,337 bilhões de euros, também um recorde histórico. O Santander Brasil registrou lucro de 1,589 bilhão de euros 15,37% do resultado. A operação espanhola foi a mais lucrativa do banco de Ana Botin, com ganhos líquidos de 3,233 bilhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

O Brasil, com 72.185 clientes, tem praticamente metade do total de 151.8224 clientes do conglomerado. O fenômeno da digitalização das operações bancárias, operadas, em sua maioria pelo celular, levou ao fechamento de 817 agências bancárias em todo o mundo nos primeiros nove meses deste ano. Mas o Brasil liderou destacadamente, com o fechamento de 589 agências. O banco encolheu o total para 1.724 agências no país.

Banco diz que carga tributária é baixa no Brasil

Um fato que chamou a atenção no balanço global do Santander, ao analisar os impostos pagos pelo conglomerado de janeiro a setembro, 4,121 bilhões de euros, 3% menor do que m igual período de 2024, foi a declaração de que a “uma carga tributária mais baixa em alguns países, principalmente no Brasil, praticamente compensou os benefícios menores dos incentivos fiscais para veículos elétricos nos EUA e um encargo de 263 milhões de euros nos nove meses de 2025”. Os deputados acham a carga tributária alta para os bancos e “fintechs”. A Febraban já defendeu o aumento das alíquotas das “fintechs”.

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