O Outro Lado da Moeda

Por Gilberto Menezes Côrtes

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O OUTRO LADO DA MOEDA

Trump já ganhou US$ meio bi na Casa Branca

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Publicado em 21/08/2025 às 16:18

Alterado em 21/08/2025 às 16:18

Não tivesse sido eleito, Trump estaria em maus lençóis com a Suprema Corte Foto: Ansa/Epa

Tribunal dividido elimina multa de meio bilhão de dólares de Trump em caso de fraude. Os juízes de apelação de Nova Iorque disseram que o julgamento do presidente Trump foi excessivo, mas concordaram em manter o caso para que o recurso pudesse continuar.

Se não tivesse sido eleito presidente dos Estados Unidos pelo partido Republicano, em novembro de 2024, Donald Trump, em vez de ameaçar o mundo com tarifaços, certamente estaria em apuros em julgamentos de questões criminais e escândalos sexuais (o caso Epstein ainda o assombra), não se livraria tão fácil da multa de US$ 500 milhões por fraude civil em negócios imobiliários. A decisão de painel de cinco juízes é um impulso legal significativo para Trump, libertando-o, por ora, de uma penalidade maciça que lhe causou dores de cabeça financeiras no ano passado.

A divisão dos juízes abre caminho a recursos. À parte as questões legais, o julgamento ganhou alta relevância na campanha porque as acusações partiram da procuradora-geral de Nova York, Letitia James (uma democrata eleita para o cargo), e foram formuladas contra o então ex-presidente republicano.

Eleito, antes mesmo da posse, em 20 de janeiro de 2025, muitas das ações foram suspensas, porque as leis americanas não permitem processo contra um presidente no cargo (no Brasil, também, salvo o julgamento político, que é o “impeachment”; aqui os eleitos passam a gozar de foro especial e só podem ser processados depois de deixarem o mandato.

No cargo, poderoso, Trump, após remover altos funcionários arbitrariamente, e ameaçar as principais universidades de direito e escritórios de advocacia que litigaram contra ele no passado, deixou a Justiça acuada.

Argentina segue em crise
O fato de que muitas famílias argentinas – de classe média alta – invadiram o Brasil nas férias de julho que se estendem a agosto dá uma falsa impressão de que a economia portenha está reagindo. Na realidade, a imensa maioria dos argentinos continua em péssima situação, com muito desemprego e fome.

Mas nada mais realista que comparar o desempenho do real e do peso argentino em relação ao dólar. Javier Milei tomou posse na Casa Rosada em 10 de dezembro de 2023, prometendo dolarizar a economia e extinguir o Banco Central. Ajustou o câmbio que se comportou bem nos primeiros quatro meses, após o duro choque que afetou os mais pobres.

Agora, enquanto o real – sob as especulações do impacto da Lei Magnitsky, sobe 0,09%, cotado a R$ 5,4785 às 14:40 (horário do Brasil), acumulando valorização de 1,34% em uma semana e de 1,84% em 12 meses, mesmo tendo escapado do tarifaço de Trump (que taxa as exportações do Brasil em até 50%). o peso cai 0,94% nesta quinta-feira frente ao dólar, perde 4,39% em uma semana e acumula desvalorização de 28% em 12 meses.

Ou seja, continua ladeira abaixo.

Os bancos ainda lucram muito
Em pânico com as possíveis retaliações à parte de linhas de crédito oriundas dos Estados Unidos (na crise financeira mundial de 2008, quando o fluxo internacional parou, o Unibanco ficou sem “funding” e teve de se fundir ao Itaú (agora, os mais sensíveis são o Banco do Brasil, onde Alexandre de Moraes recebe pelo Supremo Tribunal Federal, como os demais funcionários públicos, e o BTG-Pactual, com forte interação com o mercado financeiro de Nova Iorque).

Para evitar transtornos a Moraes, como suspensão de cartões de crédito de bandeira americana (Visa, Mastercard e American Express, por exemplo), o BB ofereceu à família Moraes os cartões Elo (parceria do Bradesco com o BB). Mas os bancos que sofreram com as exigência de provisões da Resolução 4.966 do Banco Central não estão nada confortáveis, apesar dos altos lucros semestrais.

O campeão continua sendo o Itaú Unibanco (R$ 21,7 bilhões). Mas o 2º lugar, surpreendentemente, ficou com o BNDES, que opera no atacado ou repassa linhas de crédito a bancos e cooperativas e ganhou R$ 13,3 bilhões no período.

Superou os R$ 11,971 bilhões do Bradesco e os R$ 11,2 bilhões do BB, que rateou para apenas R$ 3,03 bilhões no 2º trimestre. O Santander (R$ 7,520 bilhões) ganhou por cabeça do BTG-Pactual (um banco de investimento e de gestão de fortunas), com R$ 7,484 bilhões. A CEF acumulou R$ 4,5 bilhões.

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