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Pathétique

Reprodução -
Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, sob a regência do maestro e violinista Daniel Guedes
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Semana repleta de ótimos concertos. Aliás, não há dia sequer sem um concerto que valha a pena. Eu, que mais do que nunca virei rata de concertos, esta semana não conseguirei ir a tantos. Serão cinco orquestras sinfônicas! Como escolher? Os repertórios não ajudam muito na decisão. Todas tocarão compositores românticos, com exceção da Orquestra do Theatro Municipal que faz homenagem a Claudio Santoro, compositor do século passado, mas às vezes também muito romântico. Uma ocasião especial para quem ama e ainda não conhece um dos maiores compositores brasileiros: “Santoro 100 anos – Prelúdios e Canções de Amor”.

Eis as 5 Orquestras Sinfônicas desta semana:

# Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência Tobias Volkmann. Hoje, 20h, no Theatro Municipal.

# Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, sob a regência de Daniel Guedes e com o violonista Mario Ulloa no “Concerto de Aranjuez” para violão, de Joaquín Rodrigo. Quinta-feira, 20h, na Sala Cecília Meireles.

# Orquestra Sinfônica Cesgranrio, sob a regência de Eder Paolozzi e com a pianista Sylvia Thereza que tocará o concerto para piano em lá menor de Schumann. Sábado, 20h, na Sala Cecília Meireles.

# Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, sob a regência de Marcelo de Jesus: “Santoro 100 anos – ‘Prelúdios e Canções de Amor”. Domingo, dia 16, 17 horas, no Theatro Municipal.

# Boston Youth Symphony Orchestra, sob a regência de Benjamin Zander e com a pianista ucraniana Anna Fedorova. Segunda, dia 17, às 20 h, no Theatro Municipal.

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Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, sob a regência do maestro e violinista Daniel Guedes (Foto: Reprodução)

Mais detalhes da programação podem ser encontrados nas páginas do Theatro Municipal e da Sala Cecília Meireles. Entre as obras programadas estão: “Romeu e Julieta”, de Tchaikovsky; “Pelléas et Mélisande”, de Fauré; “Abertura de Os Mestres Cantores”, de Wagner; “Concerto para piano nº 2”, de Rachmaninov”; “Sinfonia nº10”, de Shostakovich; “Concerto em lá menor”, de Schumann; “Sinfonia nº 3, ‘Eroica’”, de Beethoven. E uma das mais amadas e exuberantes sinfonias, a “Pathétique”, a sexta e última sinfonia de Tchaikovsky.

Considerada por Tchaikovsky como “a melhor obra que já escrevi”, a “Pathétique”, que em russo não significa apenas “patético”, mas tem também o sentido de “apaixonante”, “dolorosamente emocional”. Talvez por isto o nome da sinfonia não seja traduzido literalmente em muitas línguas como “patética” e tenha guardado seu nome da tradução francesa. Tchaikovsky inicialmente chamou-a de “Sinfonia Programática”, sugerindo assim que havia uma história por trás da obra. História esta que o discreto compositor não tinha intenção de revelar: seu amor pelo sobrinho, Vladimir Davydov, a quem dedicou a obra. Para evitar muitas especulações, o nome foi trocado e logo passou a ser conhecida como a Pathétique. No entanto, a música com sua dramaticidade, momentos líricos e explosões sugerem um enredo de batalhas, amor, lutas, tristezas. Basta escutar a sinfonia para perceber que seus temas dialogam e que podem ser facilmente traduzidos em uma história, fato que faz a felicidade dos musicólogos. Centenas de livros já foram escritos com interpretações sobre esta sinfonia. Tchaikovsky criou uma música em que expunha seus sentimentos mais profundos sem os mencionar claramente, dando margem à subjetividade tanto no que o motivou a escrever quanto na ambiguidade musical, como por exemplo, a sinfonia em Si menor começar seu primeiro movimento num andamento calmo e em Mi menor, sugerindo ambiguidade e contraste com a tonalidade principal, para em seguida dar entrada aos exuberantes temas que permearão os quatros movimentos desta obra, sem dúvida das mais potentes e apaixonantes sinfonias.

TRIO DAUELSBERG

Na sexta-feira, um intervalo para as grandes orquestras. Estreia o Trio Dauelsberg, no Espaço Guiomar Novaes, na Sala Cecília Meireles, às 18h30, formado pelos violoncelistas Ricardo Santoro, Paulo Santoro e Ji Yon Shim. No programa: obras de Bach, Beethoven, Krieger, Villa-Lobos, Tom Jobim, entre outros.

Música em Pauta: Por que o nome Trio Dauelsberg?

Ricardo Santoro: Nós três estudamos com o Peter Dauelsberg e o temos como o patrono do Trio. Aliás, ele no alto dos seus 86 anos, muito bem vividos, estará na plateia nesta sexta-feira, se emocionando conosco.

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Trio Dauelsberg (Foto: Stefano Aguiar)

Stefano Aguiar - Trio Dauelsberg
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