ASSINE
search button

A música não pode parar

Ana Liao -
Orquestra de Sopros da UFRJ
Compartilhar

E não para. Crise à parte, artista que é artista não desiste. O golpe tem que ser maior ainda (três tocs na madeira). Haja vista quantas músicas foram compostas durante guerras... Sendo assim, amanhã, quinta-feira, às 20h, na Sala Cecília Meireles, se apresenta a Orquestra de Sopros da UFRJ. Imagino que muitos de vocês já ouviram orquestras de sopros, sobretudo se pensarem em bandas de carnaval, de jazz, de bombeiros, etc. No entanto, há um detalhe importante nesta terminologia que distingue uma Orquestra de Sopros de uma Banda Sinfônica de Sopros, apesar de muitas vezes terem os mesmos instrumentos: o repertório. E o resultado deste repertório diferenciado é que gera uma sonoridade completamente diversa dos conjuntos de sopros. Então, especialmente para quem nunca ouviu uma Orquestra de Sopros, o concerto de amanhã vale a pena pois será um concerto que incluirá um repertório eclético. Sob a regência de Marcelo Jardim, a Orquestra de Sopros da UFRJ executará peças de Yosuke Fukuda, Murillo Santos, Bernstein, Mignone, entre outros.

Macaque in the trees
Orquestra de Sopros da UFRJ (Foto: Ana Liao)

                                                                O P I N I Ã O

                                                                    eeee

Theatro Municipal tirando leite de pedra! O primeiro ímpeto quando se fala atualmente sobre o Municipal é criticar o governo, pois é o responsável por não passar recursos suficientes, impedindo que aconteçam espetáculos e programas dedicados à cultura. A situação do Theatro Municipal é de chorar, com uma programação mais capenga do que nunca, mais ainda do que nos governos anteriores.

No entanto, eis uma bela surpresa: mesmo com todas as dificuldades, o Municipal apresentou neste último fim de semana um espetáculo primoroso, “Os Contos de Hoffmann”, do compositor Offenbach (compositor de famosas danças “Cancan”, típicas dos cabarés franceses). Parabéns ao atual diretor artístico do Municipal, André Heller-Lopes, que realizou com parcos recursos um concerto cênico para dar vida a esta ópera fantástica. Concertos cênicos, como neste caso, são representações de óperas sem envolver a cara e complexa montagem cenográfica que óperas exigem. É a música da ópera com algumas pinceladas cênicas. O trabalho de Heller-Lopes foi além disto, eliminou a dúvida sobre estarmos diante de uma ópera ou de um concerto cênico, sendo bem-sucedido ao ponto de propiciar uma imersão completa na ópera. Para isto, colaboraram uma iluminação criativa, a participação dos bailarinos da Cia. Ballet da Escola Maria Olenewa e um painel de 20 metros de comprimento para compor a cenografia, feito em parceria com a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Um cenário simples e apropriado para que os cantores sobressaíssem e tivessem momentos singulares. Destaque para a jovem cantora Maria Gerk, que levou a plateia a ovacioná-la, não somente por sua voz, mas também pela atuação charmosamente cômica e adequada para o papel da boneca Olympia. Também fez bonito, no papel do escritor Hoffmann, o tenor paulista Eric Herrero, com seu belo timbre e presença carismática no palco. Farei a injustiça de não citar todos os cantores, pois foram muitos e com atuações que fizeram a felicidade dos amantes de ópera. O coro e a orquestra do Theatro Municipal também tiveram atuações inspiradíssimas sob a regência de Priscila Bomfim, maestrina que tem se revelado presença valiosa pela sua compreensão musical em diversas peças. O espetáculo foi um sucesso, com o Theatro praticamente lotado, e levou a plateia a gargalhar em vários momentos dos “Contos de Hoffmann”, ópera que há mais de cinquenta anos não era encenada no Theatro Municipal.

                                                      NOTAS e ACORDES

# O “Prelúdio 21”, grupo de compositores, retorna às origens e comemora aniversário em concerto gratuito, sábado, 25 de maio, às15h, no Centro Cultural Justiça Federal. Será o segundo concerto do ano e reunirá intérpretes convidados, como as pianistas Marina Spoladore e Tamara Ujakova, e o violonista Fabio Adour.

# O XIV RioHarpFestival continua até o fim do mês e está sendo um grande sucesso! Concertos lotados até nos dias de chuva! Mais de quinze mil espectadores foram aplaudir harpistas brasileiros e estrangeiros que têm feito a festa da Harpa na cidade. Dentre as atrações desta semana estão: Jacques Vandevelde, da Bélgica, que toca uma harpa dupla, cada uma com uma mão; Patrice Fisher, dos EUA; Toamie Kotahara e Alejandro Barrios, do Japão, entre muitos outros.

A programação completa do Festival pode ser encontrada na página do RioHarpFestival

Macaque in the trees
Jacques Vandevelde e suas harpas (Foto: Reprodução)

Reprodução - Jacques Vandevelde e suas harpas
Tags:

coluna | m?sica | pauta