A Orquestra de Câmara de Viena toca no domingo, às 17h, no Theatro Municipal (último concerto internacional da série Dell’Arte neste ano). A orquestra austríaca, fundada em 1946, vem ao Rio com Stefan Vladar, pianista desde 2008. No Programa, Stravinsky, Concerto para orquestra de cordas em Ré maior, Mozart, Concerto para piano nº 12 em Lá maior, Mozart, Divertimento em Fá maior e Dvorák, Serenata para cordas em Mi maior.

Duas peças deste concerto, as de Stravinsky (século XX) e Dvorák (século XIX) têm proximidade com o estilo clássico, o período de Mozart (século XVIII). As quatro peças neste concerto têm tonalidades bem definidas (veja os títulos das músicas acima: em Ré maior, em Lá maior, em Fá maior e em Mi maior), característica frequentemente não seguida pelos compositores modernos e mesmo por alguns compositores românticos que evitaram compor peças com centros tonais bem limitados. O Concerto para cordas em Ré maior, de Stravinsky, é uma das últimas peças tonais do compositor, fazendo parte de seu período Neoclássico (1920-1954). O período Neoclássico foi uma tendência de compositores do século passado a se inspirarem no Classicismo (1750-1820) de compositores como Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, entre outros, em que, falando de forma muito geral, a música sobressaía pela clareza das texturas de uma única linha melódica única (enquanto no período anterior, o Barroco, a textura musical era mais complexa, com várias linhas melódicas se sobrepondo). Outra característica do período Neoclássico foi a volta das linhas melódicas menos abarrotadas de emoções, em contraste com o estilo Romântico.

A peça do compositor romântico Dvorák também remete ao período clássico, com características de formas também usadas no tempo de Mozart. A Serenata para cordas, composta em 1875, é uma das peças mais populares do compositor checo da Sinfonia do Novo Mundo. O nome “serenata” implicaria um gênero mais leve. No entanto esta serenata, composta em cinco movimentos, demonstra contrastes temáticos e transformações típicas de formas maiores como uma sinfonia.

Os três compositores desta apresentação são mestres em escrever para conjuntos de cordas, como bem se nota nessas peças e no emprego de técnicas e efeitos sonoros obtidos especificamente através de instrumentos de cordas.

OUTRO PROGRAMA nesta semana, e que também vem da Europa, é a apresentação do concerto “Au Salon”, produzido pelo Centre de Musique Barroque de Versailles, que se junta à Orquestra Barroca da UnirIo (OBU) à violinista romena Mira Glodeanu e à soprano francesa Katia Velletaz. No programa, peças dos compositores franceses barrocos Joseph Bodin de Boismortier. Michel de Mostéclair, Michel Corette e Michel Blavet. O concerto será na nesta sexta-feira, às 20h, na Sala Cecília Meireles.