ASSINE
search button

John Pizzarelli e o centenário de "King Cole"

Reprodução -
John Pizzarelli
Compartilhar

Durante a vida toda acreditei na ideia de que tão importante quanto planejar seu futuro, é olhar para suas raízes e o passado, reconhecendo os degraus percorridos e valorizando sua jornada. Este tema fez parte, inclusive, do lendário discurso de Steve Jobs, fundador da Apple, na universidade de Stanford em 2005. Na música, o mote também se aplica, de forma corriqueira, quando grandes temas e artistas são lembrados, pelo seu talento e sua classe. Afinal de contas, uma boa música é inesquecível.

Assim, quando um grande artista resolve retornar as suas raízes para homenagear outro grande artista (no caso, uma lenda), temos, sem dúvidas, uma combinação impossível de dar errado.

Macaque in the trees
John Pizzarelli (Foto: Reprodução)

No último domingo, o pianista e compositor Nat King Cole completaria seu centésimo ano de vida. Por isso, vem merecidamente recebendo homenagens por todo mundo. Sua voz marcante imortalizou várias canções, como Mona Lisa, Stardust, Unforgettable, Nature Boy, Christmas Song, "Quizás, Quizás, Quizás", entre outras. O músico também foi o primeiro negro a apresentar um programa de televisão nos Estados Unido,s em 1941. Sua discografia, com 28 álbuns e inúmeras coletâneas, segue entusiasmando seus fãs até hoje.

E foi aí que John Pizzarelli, guitarrista e cantor, mundialmente premiado, resolveu voltar as suas raízes para homenagear um de seus heróis na música. “For Centennial Reasons” lançado esse mês pela gravadora Ghostlight Deluxe, completa um trio épico de álbuns de Pizzarelli que saúdam Cole, começando com “Dear Mr. Cole”, que ajudou a colocar Pizzarelli no mapa como um influente guitarrista e cantor de jazz em 1994, e continuando com o “P.S. Sr. Cole”, que sacramentou seu legado cinco anos depois.

Acompanhado por Mike Karn no contrabaixo e Konrad Paszkudzki no piano, Pizarelli apresenta quatorze faixas que nos levam direto ao túnel do tempo dos grandes clássicos do jazz e da música americana. O passeio inclui faixas nunca gravadas por Pizzarelli, como “Body and soul” (uma das músicas que mais gosto na vida) , “When i fall in love” e “The very thought of you”, além de clássicos gravados no início da carreira do guitarrista, como “Route 66”, numa versão inspirada do trio e “Straighten up and fly right” , faixa de seu primeiro álbum em 1983. “São músicas que não envelhecem”, ele costuma dizer.

O disco apresenta também duas novas faixas inspiradas no espirito de Cole. “Nat king cool” é uma deliciosa faixa instrumental, relembrando o “Cole trio” com uma interessante melodia jazzística. A outra faixa é “A hundred years from now”, escrita com sua esposa, a cantora Jessica Molaskey.

Consolidado como um dos principais intérpretes contemporâneos do “Great american songbook”, Pizzarelli ampliou esse repertório ao incluir a música de Paul McCartney, Joni Mitchell, Neil Young, Tom Waits, Antônio Carlos Jobim e The Beatles. Seus shows temáticos, muitas vezes realizados com sua esposa Jessica Molaskey, sugerem que não há limite para sua imaginação e talento.

Prestes a completar 59 anos, 41 a menos do que teria Nat King Cole, Pizarelli mostra o quanto valoriza as raízes de sua musica e resume o sentimento pelo emblemático pianista homenageado da seguinte forma: “Temos sorte de ter vivido em um mundo que nos deu Nat Cole, o homem e a música”.

BEBOP

Jazz Internacional I

Amanhã a banda inglesa Gogo Penguim se apresenta no Blue Note Rio. O grupo de Manchester vem ganhando notoriedade a cada ano com suas fusões do jazz com a música eletrônica.

Jazz Internacional II

No sábado, é a vez do saxofonista multipremiado Kamasi Washington se apresentar em solos cariocas. O Circo Voador recebe o show que promete ser um dos grandes do ano.

Tags:

alcolumbre | jazz