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A cena jazzística na Cidade Luz

A cena jazzística na Cidade Luz

Divulgação -
Influência do jazz
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É difícil encontrar alguém não goste de Paris. Um dos destinos mais visitados no mundo, a capital da França encanta pelos mais diversos motivos. Do Louvre à Torre Eiffel, dos irmãos Costes aos restaurantes de Joel Robuchon (que infelizmente nos deixou ano passado), das livrarias antigas aos passeios ao entardecer no Sena, da Notre-Dame à Sacré Coeur. Até quem nunca visitou a cidade pode se apaixonar através de filmes, livros e histórias. Mas e o jazz?

Paris e o jazz tem uma calorosa história de amor. A Europa toda abraçou o gênero musical musical a partir da década de 1930. Daí para frente, o intercâmbio de artistas americanos como Louis Armstrong, Miles Davis, John Coltrane, Chet Baker e Dexter Gordon, potencializaram esta paixão, que se mantém vivíssima até os dias atuais. Para muitos, inclusive, Paris é considerada a "segunda terra do jazz".

Macaque in the trees
Influência do jazz (Foto: Divulgação)

De fato, a França não se prendeu apenas aos talentos americanos, tendo construído um respeitável time de músicos ao longo dos anos. Michel Legrand, Henri Salvador (velho conhecido da nossa Bossa Nova), Didier Lockwood, Michel Petrucciani, Zaz, Yael Naim são apenas alguns nomes das gerações antigas e atuais que seguem dando vida ao gênero musical. Muitos colocam o lendário guitarrista Jean "Django" Reinhardt nesta lista, mas, embora tenha pais franceses, o músico nasceu na Bélgica, em janeiro de 1910.

A cena jazzistica em Paris segue a pleno vapor, com diversos estabelecimentos para se ouvir jazz, com muita qualidade e diversidade. Ao longo dos anos, tive o prazer de visitar a maioria dos "hot spots" parisienses e compartilho agora algumas dicas.

Começo com o renomado Sunset Sunside (60 Rue des Lombards), um dos principais clubes de jazz de Paris. Ele foi um dos primeiros a se instalar na mítica Rue des Lombards, que posteriormente se tornou uma referência jazzística. Separado em dois ambientes, possui atmosfera intimista e clima dos anos 60 (como a maioria dos clubs locais). Seguindo ainda na Rue des Lombards, encontramos na esquina o Duc des Lombard (42 Rue des Lombards), também com perfil intimista, apesar de ter mais cara de "casa de show". Tive a oportunidade de assistir ao lendário saxofonista Benny Golson no local e, de quebra, conversar com ele ao final do show, experiência maravilhosa. Completando a rua, a animada Le Baiser Salé (58 Rue des Lombards) é a menos tradicional das três e traz, em seus shows, opções variadas, como blues, música latina etc.

Saindo da Rue des Lombards, temos o Le Petit Journal (71 Boulevard Saint-Michel), reduto do jazz francês, onde você vai ouvir estilos jazzísticos como Dixieland e Gipsy. O local já foi o grande "point" do jazz em Paris, mas perdeu força nos últimos anos.

Ainda no Quartier Latin, pode se ouvir um excepcional jazz no Le Caveau de la Huchette (5 Rue de la Huchette), fundado em 1949, com seu ambiente rústico, que remete a uma grande adega de vinhos. A casa foi inspiração para o mítico Cavern Club (reduto dos Beatles) na Inglaterra. Nomes como Sidney Bechet, Art Blakey e Count Bassie passaram por lá.

Macaque in the trees
Influência do jazz (Foto: Divulgação)

Escapando um pouco do eixo turístico, temos o New Morning (7/9 Rue des Petites Écuries), casa mais "encorpada", que recebe aproximadamente 300 pessoas para shows de jazz, blues e rock. Ano passado, o brasileiro Marcelo D2 se apresentou por lá, com seu projeto de jazz "Samba drive".

Fechando o tour jazzístico, subimos ao topo de Montmartre onde o Autour de Midi et de Minuit(11 Rue Lepic) traz um charmoso e inusitado clube de jazz, embaixo do restaurante, também no perfil "caverna", influenciado pela animação e boa música que o bairro costuma a oferecer.

Se já era difícil não se apaixonar por Paris, agora então ficou praticamente impossível. Bonne semaine à l'écoute du meilleur du jazz.

Divulgação - Influência do jazz